Muitos carros, poucas vagas. Essa é a realidade de quem busca um lugar para estacionar no Centro de Bento Gonçalves. Não é raro que motoristas parem em locais reservados para carga e descarga, vagas para idosos ou cadeirantes ou optem pelos estacionamentos rotativos, já que houve uma redução significativa no número de vagas da zona azul, de acordo com dados da Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (Segimu).

Segundo informações disponibilizadas pela Segimu, em 2015 havia 820 lugares para veículos na zona azul. Em razão do corredor de ônibus e da implantação de vagas para motocicletas e de carga e descarga, foram suprimidos 40 espaços reservados para este fim. Com a abertura de espaços de estacionamento nas ruas Benjamin Pasquali e Estephania Pasquali, ambas no perímetro central, o número de vagas ficou em 800.

O titular da pasta, Vanderlei Mesquita, fala que a redução das áreas de estacionamento é consequência do crescimento no número de estabelecimentos comerciais no Centro. Ele explica que a legislação municipal prevê que os cordões em frente ao comércio sejam amarelos, o que limita a disponibilidade dos espaços reservados para os veículos. “Com o número de automóveis que circulam hoje, temos dificuldades de qualquer forma, já que Bento tem uma geografia particular, com muitos morros e vielas estreitas. Mas o trânsito não é ruim”, pontua.

Outro ponto levantado por Mesquita para justificar a redução no número de vagas é a necessidade de reservar áreas para farmácias, padarias, deficientes e idosos, bem como os espaços destinados às paradas de ônibus. “Hoje os novos empreendimentos precisam ter vagas internas, justamente para minimizar a falta. Cabe ressaltar que por força de lei municipal, somente é expedido o alvará de construção ou abertura de estabelecimentos comerciais com estudo do impacto no trânsito e prévia disponibilização de estacionamento”, aponta. O secretário ainda adianta que pretende fazer mudanças na infraestrutura da rua Marechal Deodoro, no Centro, para suportar os ônibus de turismo e de estudantes.

Dados da Segimu e do cadastro do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), computados no início de 2016, revelam que até o ano passado eram 79,9 mil veículos registrados no município e, que em 10 anos, houve um aumento de 57% na frota. Hoje Mesquita estima que haja cerca de 85 mil automóveis inscritos. Em contrapartida, o secretário expõe que houve uma redução de 40% no número de infrações aplicadas no perímetro urbano. “O preço das multas aumentaram, mas acredito que o principal motivo seja o medo que os motoristas têm de perder a carteira”, afirma.

Em virtude do endurecimento das leis, o secretário observa, também, que o comportamento dos motoristas da cidade está mudando. “Há três anos ninguém parava para os pedestres passarem na faixa de segurança, o uso do celular enquanto dirige também diminuiu”, reitera. Para ele, isso acontece porque muitas infrações preveem a perda direta da carteira de motorista.

Pagamento por celular

Desde setembro, os motoristas podem pagar o estacionamento por meio do aplicativo Digipare, disponível para IOS e Android, como forma de substituir o uso do parquimetro. Para utilizar a ferramenta, o condutor precisa fazer download do aplicativo, realizar um cadastro e comunicar a placa do veículo. O usuário do sistema poderá optar por adquirir créditos previamente pelo cartão de crédito ou boleto, ou comprar na hora pelo cartão.

O Digipare permite também a renovação do estacionamento, sempre respeitando o período de duas horas. Os profissionais responsáveis pela fiscalização atuam com um aplicativo que permite verificar a placa do veículo e a quitação do pagamento.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário de sábado, 31 de dezembro de 2016.