O Brasil já é o 5º maior produtor de energia solar do mundo e desde o ano passado vem superando o número de consumidores que aderem à alternativa. Na região, a demanda também cresceu, segundo informações de uma empresa que atende o setor e realiza instalações de painéis.

O crescimento tem relação com redução de custos em médio prazo, conscientização ambiental e subsídios do Governo Federal. No Banco do Brasil existem opções de financiamento para agricultores, como o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e para empresas, com o Proger Urbano Empresarial.

Na opinião do proprietário de uma câmara fria em Pinto Bandeira, Rodrigo Rizzardo, o o custo ainda é alto para realizar a instalação, porém, faz parte do planejamento de investimentos dos próximos três anos. “Veio uma empresa fazer a cotação, mas ainda não deram retorno”, conta.

Rizzardo observa que a compra e instalação do equipamento se aproximam dos R$ 100 mil e que a tarifa de energia elétrica, em período de safra de pêssego, é de aproximadamente R$ 30 mil por mês. “Como é uma energia limpa, o Governo pensa em incentivar e isso é bom”, avalia. Como estudante de engenharia elétrica, Rizzardo explica que existe a opção de mandar a energia produzida pelas placas de volta para a rede nos períodos em que o consumo diminui.

Em expansão

A Multi Aquecimento, de Bento Gonçalves, já realizou instalação de mais de 4 mil placas e módulos e 150 sistemas, entre cidades da Serra e região metropolitana. O sócio da empresa, Vanderlei Possamai, conta que seus clientes estão muito satisfeitos, uma vez que o investimento se paga em até quatro anos. “É energia limpa, do sol. Assim conseguimos consumir menos energia elétrica e gerar menos gás carbônico também”, aponta.

Possamai explica que para uma instalação render 2.700 kw ao mês é necessário investir cerca de R$ 120 mil reais, perfil de consumo que se enquadra sobretudo às empresas. “Depende muito de quanto é pago atualmente na tarifa de energia, mas o retorno é mais ou menos em quatro anos”, prevê. Embora exista linhas de investimento do Pronaf que priorizam recursos para energias alternativas, Possamai relata que há clientes em busca do investimento, mas ainda sem sucesso. “Ainda não teve disseminação, uma informação precisa, então acredito que o banco não tenha dinheiro para liberar”, ressalta.

O empresário Moises Michelon instalou um sistema de captação de energia solar no Hotel Villa Michelon. Ele observa que, no máximo, cobre 50% do custo, mas que é necessário olhar além da questão econômica. “A finalidade é, também, de prevenção a uma possível falta de luz no futuro”, expõe.

Outra questão levantada por Michelon foi o subsídio do Governo Federal. Segundo ele, o financiamento teve uma taxa de juros de 4% ao ano. “Uma verba subsidiada não é de graça e se olhar o número de forma fria, o investimento não se paga”, salienta o empresário.

Pronaf pode auxiliar nos investimentos

Enquanto algumas linhas de investimento possuem taxas de juro de 2,5%, outras chegam a 5,5%, conforme explica o gerente de Relacionamento do Banco do Brasil Alex Costa. No caso de energias renováveis, o subsídio do Governo Federal é maior e o juro não ultrapassa 2,5%. “Com o Pronaf é possível melhorar a estrutura de produção dos agricultores”, observa.

Para o gerente de relacionamento Rodrigo Silvestri, o bom momento que a agricultura da região vem tendo acaba por reverter em mais investimentos na estrutura para produção agrícola. “Temos opções para proteger a safra, veículos, etc”, pontua.