A pandemia de gafes gramaticais que tomou conta dos e-mails, face, twitter, blogs e similares vem preocupando os fiscais da Língua, que se sentem no dever cívico de apontar os erros, para que nosso Português de muitos sotaques não vire um patchwork.

Às vezes, os erros acontecem por descuido, displicência ou desejo de romper com as regras; outras vezes, pela falta de leitura. Segundo Monteiro Lobato “quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”. O resultado se reflete nos “linguicídios” cotidianos, virtuais ou até midiáticos, o que não é de todo ruim, já que isso está contribuindo para a construção deste texto.

Então, sem mais delongas, vamos brincar com as ratas (essa é do baú) que se ouvem por aí… e por aqui, pois ninguém é de ferro. Afinal quem já não cometeu uma gafe que atire a primeira pedra! Mas prometo não usar palavras “de baixo escalão”, em respeito à hierarquia…

Lá vai o primeiro esquete:

Ambiente familiar tranquilo (gatos ronronando, papagaio dormindo, crianças na escola) se não fosse por uma dorzinha nas costas tirando o sossego da dona da casa.

-Minha filha – diz a mulher dirigindo-se à secretária – você tem algum analgésico?

-Com certeza! Nunca fico sem “laxante muscular”! Vá que eu escorregue e tenha uma “storsão”!

Segundo esquete:

A moça, explicando ao namorado, depois da consulta médica:

-Peguei a gripe A por causa da minha “baixa umidade”.

Conta-se que, depois disso, o cara sumiu do mapa. Deve estar à procura de clima menos desconfortável…

O terceiro esquete foi transmitido pela mídia, durante merecida homenagem às mulheres pelo Dia da Mulher, numa sessão oficial em município das redondezas. O orador, usando de toda a sua consideração, desferiu esta:

-Os homens (daquela cidade) não estão usando bem as mulheres!

Felizmente, os daqui são mais… mais… mais o quê, mesmo?

Para terminar a brincadeira de hoje, o quarto esquete, que se passa na mesa de um restaurante:

-Eu sempre digo pra minha filha que pele de galinha faz mal, que pode entupir as veias, mas ela não “registra” (do verbo resistir). Já pensou se ela tem que implantar um “Spencer”?

Acho pertinente a preocupação. Por menor que seja, um Spencer não cairia bem…

Acharam isso uma “berração” ou tiveram um “excesso” de riso? Nem uma coisa, nem outra? Talvez vocês pertençam à corrente que entende ser aceitável qualquer forma de expressão oral ou escrita. É de se pensar…