Atualmente, o Brasil possui 813 casos confirmados de varíola dos macacos, nomeada monkeypox pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número é da atualização mais recente do Ministério da Saúde. Por conta dos casos, a líder técnica da OMS, Rosamund Lewis, definiu a situação no país como “muito preocupante”. Ela afirma que os registros podem estar subnotificados por conta da falta de testes para a população.

Lewis, em um comunicado nesta terça-feira, 26 de julho, também definiu que é importante as autoridades nacionais tomarem conhecimento da emergência de saúde. Para ela, o surto de varíola pode ser detido com algumas estratégias específicas. “o tempo está passando e todos precisamos nos unir para que isso aconteça”, declarou.

A emergência de saúde, que Lewis comentou durante sua fala, nesta terça, está ligada ao anúncio do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreysus, no último sábado, 23, em que configurou a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional. Para Tedros, o vírus da monkeypox faz parte de um surto que se espalhou de maneira muito rápida por todo o mundo.

Ministério da Saúde

Aqui no Brasil, o Ministério da Saúde emitiu uma nota especificando que a doença está sendo tratada como prioridade no governo. “Todas as medidas hoje anunciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já são realizadas pelo Brasil desde o início de julho de forma a realizar uma vigilância oportuna da doença”, especifica a nota.

No mesmo dia em que a OMS declarou a emergência de saúde, o Brasil iniciou uma tratativa de aquisição de vacinas junto ao órgão, para imunizar a população contra a doença. No país, a maioria dos casos foram notificados em São Paulo, com 595 infecções. O Rio de Janeiro vem em segundo, com 109 infectados. O Rio Grande do Sul se manteve em três notificações da doença. Demais estados como Paraná, Ceará, Espirito Santo, Santa Catarina, entre outros, também possuem casos.

Conheça mais da doença

Para termos de comparação entre a taxa de mortalidade da doença, a varíola de humanos era mais mortífera, com 30% de mortes em casos de infecção. Já a variante dos macacos, na sua via mais perigosa, mantém cerca de 20%. A mais branda registrada atualmente fica em torno de 1%, podendo chegar até 10%.

A transmissão do vírus é menos contagiosa do que, por exemplo, o coronavírus. Ele transmite mais facilmente entre animais e encontra certa resistência para ir de um humano a outro. Ainda não há um consenso entre a comunidade médica sobre a transmissão dos casos atuais, mas acredita-se que seja por contato próximo e troca de fluídos corporais.

No que diz respeito aos sintomas, a varíola pode ocasionar febre, desconforto corporal, fadiga, dores musculares e de garganta. Dentre os quadros de saúde, o que mais chama a atenção são as pústulas cutâneas, conhecidas bolinhas na pele, que deixam cicatrizes visíveis nos pacientes. O período de incubação da doença é de, aproximadamente, 7 a 14 dias, podendo chegar a 21.

Não há um tratamento específico para a varíola do macaco, mas pessoas com mais de 55 anos, que se vacinaram na época da erradicação da versão em humanos, apresentam maior resistência ao vírus. Os tratamentos para os pacientes são paliativos, focando em controlar os sintomas, mas sem combater diretamente o vírus.