Faz tempo, muito tempo que ouço falar na duplicação da agora BR-470 (ex-ERS-470, a Rodovia São Vendelino). Quando Yeda Crusius era governadora, esteve por aqui várias vezes e prometeu a duplicação. Encontro com lideranças, autoridades e políticos na Casa das Artes definiu, com ela, que a licitação seria assinada alguns dias depois. Ouvi e claro, duvidei. O meu caro amigo Eurico Benedetti ficou empolgado e apostamos. Ele afirmava que haveria a duplicação e eu não. Valeu um jantar. Uma bela manhã recebo ligação do Eurico me convidando para ir a Carlos Barbosa, onde Yeda estaria assinando a licitação. Saímos com o carro dele. Rodamos alguns metros, seu celular chamou e ele estacionou para atender. Alguém ligava para dizer que a licitação estava suspensa. O Eurico pagou-me o jantar.

Novamente?

Pois é, nesta semana houve um novo encontro em Bento Gonçalves. Foi no Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico. Presentes autoridades civis, militares e eclesiásticas (como se dizia antigamente, antes da modernidade fazer um “protocolo” onde são citados todos os presentes, nominalmente), foi assinado o documento que possibilita o Estudo de Viabilidade Técnica, Ambiental e Econômica, com “expectativa de que o projeto seja entregue em 2017”. Pois bem, mais uma vez abro uma aposta: não sai a duplicação. Vale um jantar. Quem aceita? Mais uma vez se fala na duplicação. Desta vez com a presença da “Frente Parlamentar em Defesa da BR-470”, liderada pelo deputado Gilmar Sossella e do superintendente do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva. Creio que será apenas “mais uma vez” que o assunto vem à pauta. Aposto!

Consertar já seria ótimo

Sim, temos convivido com rodovias ridículas em toda a região da Serra Gaúcha e Norte do Estado, sejam elas municipais, estaduais ou federais. E, insisto, só nessas regiões porque ao sul do Estado há rodovias em perfeitas condições. E se compararmos com o vizinho estado de Santa Catarina, bem, aí se entende o porquê de alguns trabalharem para a separação do Rio Grande do Sul do Brasil. A incompetência política do nosso Estado e o descaso das administrações é flagrante. Estamos cercados por rodovias que escancaram isso tudo. A RS-453, a RS-446, a RS-431 (essa é emblemática), a RS-444 são todos exemplos do quanto nossos políticos ignoram o que de mais basilar os pagadores de impostos e de seus salários precisam. Se tomassem vergonha na cara, recuperassem e sinalizassem essas rodovias já seria de bom tamanho. Mas, falar em duplicar, em pontes, viadutos, etc? Até quando, senhores políticos da região toda?

O “Homem Bomba”!

Delcídio do Amaral Gomez, senador ex-líder do PT, de MS, que está preso por tentar atrapalhar investigações da Operação Lava Jato, decidiu fechar acordo de delação premiada. No governo de Itamar Franco (1992-1994), foi secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, ministro da pasta e presidente do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce. Em 1998, Delcídio, que era do PMDB, assinou sua filiação ao PSDB, mas seu ingresso no partido não chegou a ser homologado. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 2000 e 2001, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos delatores da Operação Lava Jato. Filiou-se ao PT. Depois do depoimento do Cerveró e do acordo de Delcídio para a “delação premiada”, muitos políticos “dos bons”, do PT, do PSDB, do PP, do PMDB e outros colocaram as barbas de molho. Inclusive alguns que pregam moral e ética. Só que a “dos outros”.