Sim, sei que o senhor entende que eu “não entendo nada de trânsito e que não me dá bola”. Mas, certamente, pela função pública que exerce, tem o dever de “ouvir o que pensam os cidadãos para os quais o Senhor trabalha e, para isso, lhe pagam seus salários”. Aliás, este é o dever de todo e qualquer servidor público, mas, claro, não são todos os que têm essa consciência. Por isso, secretário e, por ser um dos que podem ser chamados de “porta-voz” (há 36 anos) da população, tenho comentado tanto sobre o caos inacreditável em que se encontra o trânsito de Bento Gonçalves, notadamente nas ruas centrais e nas principais artérias de ligação da cidade. Eu ouço a todos os que me procuram, secretário, avalio suas reivindicações e reclamações, consulto outras pessoas e, depois, levo a público por meio dos meios de comunicação que disponho.

Bom-dia, secretário Moro!

Claro que entendo, também, que o senhor pensa que eu não entendo nada de trânsito – apesar de transitar por aqui há mais de 40 anos, ser um estudioso, conhecer o Código de Trânsito Brasileiro artigo por artigo, parágrafo por parágrafo, bem como todas as resoluções do Contran – é um inalienável direito seu. Todavia, creio que respeitar opiniões é um dever de todos, inclusive seu, não só meu. Diante disso e de tantas reclamações que ouço diariamente (o senhor é inacessível para a esmagadora maioria das pessoas, secretário), vou continuar transmitindo-as através da imprensa. A sinaleira na Rua Marechal Deodoro será retirada – aposto – assim que outra pessoa que “não entende nada de trânsito” assumir o seu posto. Da mesma forma a incrível “carga e descarga” na frente do Magazine Luiza será transferida para a Rua Dr. Antunes, abrindo o fluxo para quem segue sentido centro-bairro. Ah, sim, vai afunilar logo adiante, com o fluxo da Dr. Montaury? Por que não retirar o estacionamento à esquerda, naquele trecho, então, para facilitar o trânsito?

Bom-dia, secretário Moro!

Sei, também, que há estudos em andamento para tentar melhorar o trânsito. E isso foi feito em outras administrações também. Mas, em outras administrações várias medidas pontuais – como essas – foram implementadas. O mínimo que se pode esperar, portanto, é que o senhor saia de seu gabinete e fale com taxistas, com motoristas, motociclistas, pessoas que fazem o trânsito diariamente. E entenda, definitivamente, que o senhor deve, sim explicações para a comunidade (eu já o convidei várias vezes para entrevistas). Explique essa inércia diante do caos do trânsito e as razões dela, bem como o porquê tanta gente “não entende nada de trânsito” e os que “entendem muito” deixam como está ou colocam uma sinaleira “necessária” como aquela da Rua Marechal Deodoro.

Quantos pesos? Quantas medidas?

Os critérios empregados nos julgamentos são, no mínimo, curiosos, se não vejamos. Henrique Pizzolato e Kátia Rabello, duas pessoas cujos “direitos constitucionais” passam longe do ‘Foro Privilegiado”, foram julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do “mensalão do PT”. Já Eduardo Azeredo, o precursor dos “mensalões”, renunciou ao mandato de senador e, rapidamente, o STF transferiu o processo do “mensalão do PSDB” de Minas Gerais para a primeira instância, onde dorme, solene, em alguma gaveta do judiciário mineiro. E, vejam bem, não estou entrando no mérito de “culpados ou inocentes”, mas de direitos constitucionais. O que pensam os advogados disso? Seria um “critério” para se fazer “justiça” ou justiça? Algum se habilita a informar a Coluna?