Dom Alessandro Ruffinoni, bispo da Diocese do Caxias do Sul, enviou sua carta-renúncia à Nunciatura Apostólica, em Roma. O pedido, realizado em 16 de maio, se deve à idade do prelado, que completa 75 anos no mês de agosto, idade em que os bispos são obrigados a abrir mão do cargo e aguardar o envio de um sucessor a ser definido pelo papa Francisco. Ainda não há um prazo para que Francisco nomeie um novo titular para a diocese.

Dom Alessandro garante que durante o período em que aguarda a decisão do Vaticano, vai continuar sendo um sacerdote ativo e celebrante. “Continuarei sendo o pastor, como se fosse o primeiro dia de meu bispado”, afirma. Para ajudar escolher seu sucessor, o bispo encaminhou um pedido aos padres da Diocese para que se reúnam e definam um perfil com as principais características que o seu sucessor deva ter. A ideia é que com o material vindo das paróquias, um perfil seja esboçado, a fim de facilitar a indicação de um bispo que atenda às necessidades dos católicos.

Conforme Ruffinoni, os primeiros perfis indicado pelos padres é de que o futuro líder da Diocese de Caxias seja um bispo não-religioso (diocesano), o que significa que não esteja ligado ao superior de uma ordem religiosa. Para o futuro, o atual bispo não sabe se permanecerá em Caxias ou mudar de região. A decisão deverá sair após a definição do novo líder. “Posso ficar na diocese, auxiliando nas crismas, palestras, ajudar padres nas paróquias, ou volto para a congregação scalabriniana, a qual integro. Também precisamos ver o que o novo bispo pensa a respeito”, garante.

Perfil de Dom Alessandro Ruffinoni

Missionário Scalabriniano, nasceu aos 26 de agosto de 1943, em Piazza Brembana (Bergamo), Itália. Filho de Giovanni Ruffinoni e de Maria Arrigoni. Fez seus estudos na Itália, onde se tornou religioso scalabriniano aos 02 de outubro de 1961 em Crespano del Grappa. Recebeu a ordenação sacerdotal no dia 08 de março de 1970, em Bassano del Grappa. Veio para o Brasil em novembro de 1970.

Trabalhou como formador nos seminários de Casca-RS, de 1971 a 1978 e Guaporé-RS de 1979 a 1981. Assumiu o trabalho com os migrantes em 1982, na igreja da Pompéia, em Porto Alegre. Em 1984 voltou à formação como animador vocacional, em Guaporé-RS, até 1987. No ano de 1988 partiu para o Paraguai para uma nova experiência missionária, em Ciudad Del Este, onde atuou como formador e diretor do “Centro Missionário P. Luigi Valtulini”. Neste período foi por duas vezes vigário geral da Diocese de Ciudad del Este, em 1992 e em 1998. Em 1999 voltou para o Brasil como superior provincial da província São Pedro, residindo em Porto Alegre até o ano de 2004. Em 2005 foi destinado para Asunción, no Paraguai, onde trabalhou na Arquidiocese como coordenador da Pastoral dos Migrantes, até a nomeação de bispo.

Em 18 de janeiro de 2006 foi nomeado pelo Papa Bento XVI, como Bispo Auxiliar de Porto Alegre Foi ordenado, aos 17 de maio de 2006, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre; foi o bispo ordenante Dom Dadeus Grings e co-ordenantes: Dom Aloísio Sinésio Bohn e Dom Redovino Rizzardo.

Como Bispo Auxiliar de Porto Alegre, recebeu o cargo de vigário episcopal do Vicariato de Gravataí, no dia 02 de abril de 2006. No regional Sul-3 da CNBB foi responsável pelas Pastorais Sociais e bispo referencial da Pastoral dos Migrantes, de 2007 a 2011.

Desde maio de 2007 a maio de 2011 foi o bispo responsável a nível nacional na CNBB pela Pastoral dos Brasileiros no Exterior. Em 16 de junho de 2010 o Papa Bento XVI nomeou-o bispo coadjutor da Diocese de Caxias do Sul.
Tornou-se Bispo Diocesano de Caxias do Sul no dia 07 de julho de 2011, com o lema “Na Igreja ninguém é estrangeiro”.