Ofertado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRS) Campus Bento Gonçalves, o curso é gratuito e tem 20 vagas

O setor vitivinícola continua avançando. Prova disto é que foi aprovado o primeiro Mestrado Profissional em Viticultura e Enologia do Brasil, o que significa uma perspectiva de qualificar ainda mais essa área. A proposta está sendo ofertada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRS) Campus Bento Gonçalves em associação com o IFSC Campus Urupema.

Com o pioneirismo, a professora e coordenadora no Campus Bento Gonçalves do Programa de Pós-graduação em Viticultura e Enologia (PPGVE), Shana Sabbado Flores, destaca a longa trajetória de contribuição da instituição para o desenvolvimento do ramo na região. “É um orgulho e uma enorme responsabilidade. A proposta do mestrado reforça o pioneirismo do IFRS na área, que foi a primeira escola técnica de viticultura e enologia, primeiro curso superior, primeira especialização e, agora, o mestrado”, salienta.

Uma das finalidades do curso é possibilitar que os estudantes possam potencializar as habilidades e competências para resolução de problemas no setor vitivinícola. “O objetivo é oferecer um curso no qual os profissionais que atuam no setor possam aprimorar os conhecimentos teóricos e desenvolver ações de pesquisa na busca de soluções para os problemas e que resultem em melhorias capazes de contribuir para o desenvolvimento regional, para o avanço do conhecimento e na condução de sistemas de produção, focados na gestão, tecnologia, inovação para aumentar a participação brasileira no mercado nacional e internacional”, explica.

Sobre a importância de ter este mestrado, Shana responde que com o avanço tecnológico, aliado a questões que envolvem a sustentabilidade e valorização dos territórios, exige-se dos profissionais e empresas, constante adaptação. “Nesse sentido, o mestrado visa apoiar a tomada de decisão e o desenvolvimento de soluções com base técnica, teórica e metodológica, dando suporte à inovação e colocando as regiões de atuação em condições de competirem e cooperarem no contexto internacional”, alerta.

Para isso, de acordo com a coordenadora, os alunos devem apresentar propostas de problemas a serem solucionados durante o mestrado. “Sob forma de produto, processo, modelo de negócio, aplicação, entre outros. O curso é estruturado com disciplinas eletivas, de modo que o estudante possa desenvolver sua trilha de aprendizagem, aliado com momentos de troca em disciplina de práticas profissionais”, explica.

Sobre o mestrado

O ingresso dos alunos vai ocorrer no primeiro semestre do ano que vem. Para isso, as inscrições devem ser realizadas no período entre 3 a 17 de janeiro de 2022. As aulas vão ser presenciais, com duração máxima de dois anos. Neste momento, estão sendo ofertadas 20 vagas para o Campus de Bento Gonçalves e sete para o Campus Urupema, em Santa Catarina.

O curso é gratuito. Contudo, para concorrer a uma das vagas, será cobrada uma taxa de inscrição de R$150,00. Candidatos com renda familiar bruta mensal igual ou inferior a 1,5 salário mínimo nacional por pessoa do grupo familiar, podem solicitar isenção do pagamento entre os dias 22 e 26 deste mês.

Podem se inscrever os graduados em cursos de bacharelado ou de tecnologia nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas ou Agrárias, preferencialmente com experiência no setor vitivinícola em atividades vinculadas à viticultura, enologia, enoturismo ou gestão vitivinícola.

Construção do curso

Questionada sobre como surgiu a ideia de ofertar o primeiro mestrado da área no país, Shana explica que essa é uma demanda da região e do setor vitivinícola brasileiro. “A pesquisa na área acaba dispersa em programas de muitas áreas, o que reduz as possibilidades de trocas entre os estudantes. Os países produtores vitivinícolas possuem centros de referências, o que potencializa sua pesquisa e contribuição”, afirma.

Ainda de acordo com a coordenadora, para a construção do projeto, foi realizado contato com egressos e alunos do tecnólogo e especialização. “Que indicaram a preferência por um mestrado que englobasse temas como a gestão e o enoturismo, além das competências técnicas de viticultura e enologia.