Enquanto brinco com rimas
traço um perfil de Bento
onde o minuano é lamento
nas noites hibernais;
e o sol é energia
a lua, acalanto
o trabalho, sacrossanto
as crenças, essenciais.

Uma pipa se abre ao turista
que alonga a vista
em busca dos parreirais
que vingam nos vales e montanhas
com a seiva nas entranhas
herança dos imigrantes ancestrais.

Em Bento, a maria-fumaça
deixa alegria por onde passa
assim como o vinho e a cantoria
o espumante e a nostalgia
“A Bella Polenta” e até a cachaça.

Em Bento, há pouca fleuma
e fissura demais.
Há gente boa, gente à toa
mauricinho, patricinha, coroa
gente que falha e que batalha
que se escora e cai
que se levanta e vai
gente tanta
que não se entrega jamais.

Os sotaques têm nuanças…
-o italianês, o polonês, o gauchês,
o carioquês, o português, o ganês
e outros mais –
numa miscelânea de culturas
de gente que sonha com uma estrutura
onde todos, um dia, sejamos
IGUAIS.