Bento Gonçalves tem se destacado em um importante setor: agroindústrias. Atualmente, o município é o segundo maior do Rio Grande do Sul nessa área, ficando atrás apenas de Erechim. De acordo com Neiton Bittencourt Perufo, extensionistas rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), ao todo, atualmente, são 47 agroindústrias cadastradas no município e 29 inclusas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF) do Rio Grande do Sul.

Ainda de acordo com Perufo, quando uma agroindústria está totalmente legalizada, ela está dentro do Selo Sabor Gaúcho. “É um selo que identifica um produto diferenciado e carrega suas culturas, assim como o Selo Sabor de Bento”, explica.

O Programa Estadual de Agroindústria Familiar foi criado em 2012 e oferece uma série de vantagens aos produtores. Paralelo ao programa estadual, Perufo conta que Bento é a única cidade de todo estado que conta também com um programa municipal, o Programa de Agroindústrias Familiar em Bento. “Foi criado a partir do programa estadual, no mesmo modelo, para beneficiar as agroindústrias daqui”, conta.

Dona Neusa Maria Frare Rossi, acorda diariamente às 4h da manhã para começar a fabricar pães que abastecem escolas, mercados e comunidade em geral. Para realizar esse trabalho, ela conta com a ajuda do marido Vanir Rossi e da colaboradora Naira Rossi. Juntos, o trio dá vida para a agroindústria Rossi Produtos Caseiros, localizada no Distrito de Tuiuty. “Faz 29 anos que trabalho nessa área, no começo era de maneira informal, mas desde 2014 estamos legalizados”, orgulha-se Neusa.

Dona Neusa Maria Frare Rossi

Outro motivo de alegria para dona Neusa é o fato de todos os seus produtos contarem com o Selo Sabor Gaúcho e Selo Sabor de Bento. “Temos clientes fixos há 25 anos, já são amigos. É um trabalho que ajuda na renda da nossa família”, conta.

Apesar de envolver muito trabalho, Dona Neusa diz que vale a pena. “A agroindústria me da tranquilidade de vender um produto que está dentro das regras de higiene, de embalo, com tudo rotulado, com datas, tabelas nutricionais, tudo certinho. E depois que legalizamos a nossa credibilidade melhorou”, relata.

Produtores que desejam ter uma agroindústria podem procurar a Emater para receber as instruções de como proceder. “Por mês, atendemos cerca de três famílias interessadas em abrir uma agroindústria. A tendência é muito boa. É uma alternativa de renda para a propriedade rural. Hoje, para um estabelecimento se legalizar, do inicio ao fim, com todas as questões burocráticas, gira em torno de R$830 com todas essas tachas. A renovação anual gira em torno de 420 reais aproximadamente, que é a manutenção anual. Os custos são bem baixos”, explica Perufo.

De acordo com o Secretário de Desenvolvimento da Agricultura (SMDA), Dorval Brandelli, o investimento da atividade agroindustrial é reforçado há mais de vinte anos no município, incentivando os agricultores que querem trabalhar e abrir seu negócio nessa área. “A Secretaria de Desenvolvimento Econômico têm facilitado os trâmites de documentação. A Secretaria de Saúde, com a Vigilância Sanitária, tem disponibilizado técnicos e fiscais e toda estrutura administrativa para que os documentos emitidos tenham velocidade no sentido de não atrasar o investimento e o negócio, sendo rápidos, mas sem perder a rigidez”. ressalta Brandelli.