“Gostaria de acreditar em muitas coisas, mas o problema está na minha certidão de nascimento”. Uma pena! Porque, às vezes, eu realmente gostaria de ter nascido ontem.

Às vezes, também gostaria de não saber tantas coisas. De não ver a perversão naquele olhar, de não sentir a insatisfação ao fazerem algo que seria só para o meu agrado, de não saber que aquele “por mim te veria todos os dias” foi falso. Gostaria mesmo de não ter entendido aquela indireta, nem revirar os olhos e dizer: tá, eu faço – morrendo de feliz por poder ajudar, mesmo sabendo que nunca receberia o mesmo.

Mesmo se tivesse a honra, faria a gentileza de, pelo menos, arrancar as máscaras. Seria extremamente satisfatório garantir que algumas pessoas se vissem no espelho. Não precisaria ser revelado para o mundo todo, para si mesmo já seria o suficiente. Pegar pelo colarinho e dizer “meu anjo, você fala uma coisa e faz outra, não tá vendo, não?”. Parece que só eu enxergo. Sinto-me tão injustiçada quanto uma protagonista de novela mexicana. Ninguém mais tá vendo o que eu tô vendo?

Há um tempo atrás me disseram, “é só uma casca”. Fiquei um tanto chocada, mas tive que concordar. Pelas ações posteriores, uma ponta de raiva antecedeu um estado pleno de compaixão. Uma pena ter de viver assim, controlando seus atos para tentar afetar os outros. Achei que com toda a pregação que vejo (não sou obrigada, mas amo passar raiva), seria um tanto difícil ver alguém criando uma imagem, hoje em dia.

Ficar louco de vez em quando, é uma necessidade básica para permanecer são. Pessoas tentando incessantemente tirar sua sanidade é o melhor remédio para permanecermos ou não em nossos objetivos. São elas que me fazem acreditar que estou no caminho certo ou errado, elas são como Vick Vaporub, abrem caminho para a respiração, e em silêncio, vejo tudo ordenado, em slides. Fica muito mais fácil quando enxergamos com clareza.

Cheguei até aqui e me perguntei: mas que raios tenho a ver com isso? Porque estou escrevendo sobre os outros? Na verdade, é como e porquê os outros nos afetam, de um jeito mega tóxico. Acontece em relações novas ou antigas, e pode ser muito perigoso, à saúde física e mental. Algo de errado não está certo. Já que não podemos “desver”, vamos pelo menos, fazer direito. Pratique o silêncio, medite, quebre uns pratos e saiba a hora certa de ‘morfar’.