Desde 2017, local vende itens com valores acessíveis para parcela da população com baixa renda

Seja no frio ou no calor, todos os dias é necessário que o ser humano tenha solidariedade para com os mais necessitados. Pensando nisso é que o Bazar Santo Antônio foi criado em 2017 e, desde então, tem muitas visitações todas as segundas e quarta-feiras, período de funcionamento do local.
Com roupas doadas, o bazar cobra dos clientes valores irrisórios a fim de ajudá-los a ter uma melhor qualidade de vida com boas roupas, além de itens domésticos. Com o dinheiro arrecadado, outras instituições que necessitam são ajudadas.

Segundo a coordenadora do bazar, Angela Salton, são diversas pessoas que contribuem dando itens que não utilizam mais. “A gente recebe as doações que ficam na livraria, ou mesmo os doadores vêm aqui diretamente entregar, as roupas vão para a parte de trás do bazar e a gente faz a triagem”, explica.

A organização acontece de acordo com a estação, temperaturas e busca do público. As peças menos procuradas são guardadas na sala de costura e organização. “Os itens de inverno estão vindo aqui para trás e os de verão estamos colocando na frente. Agora, por exemplo, acho que blusões não vão ter uma saída muito boa”, acredita.

Quando as roupas doadas não têm condição de venda, é feita uma doação ou as peças são enviadas aos recicladores. “Fazemos a separação, costuramos, lavamos as peças, botamos para secar. Separamos por feminino, o masculino, que sempre tem menos, casacos, tem um pouco de adolescentes, depois crianças”, descreve.

Sobre o movimento de compradores no local, Angela afirma que costuma ser bem intenso. “Na última segunda-feira tive que tomar um remédio quando cheguei em casa, pois me doía tudo. Veio muita gente, até uma mulher com criança e sem dinheiro, doamos travesseiros, talheres, cuia, ela só pagou os pratos que foi um ‘realzinho’. É um trabalho gostoso de fazer”, ressalta.

Durante o inverno, o bazar ajudou a aquecer quem não tinha condições de comprar cobertores novos. “Teve bastante saída, agora temos alguns grossos, o pessoal parou um pouquinho de buscar. Saiu muita coisa, uma época as gurias da paróquia falaram que alguém estava precisando nós tivemos que comprar para doar”, lembra.

Angela comemora o fato de que sempre chegam itens novos. “Às vezes dá a impressão de que não temos mais coisas, de vez em quando não temos nenhuma sacola para abrir. Dali a pouco tempo, foi só falar, ou no dia seguinte alguém doa. É interessante pois parece até que é proposital. Faz muito tempo que estamos com esse trabalho e o pessoal já sabe que aqui a gente recolhe”, conta.

Bom para quem faz o bem

Atualmente são 12 voluntárias que auxiliam nessa boa ação. Elas buscam fazer o bem para as pessoas e isso acaba refletindo em suas vidas. “A gente acha que está ajudando o outro. No fim, me sinto super bem fazendo esse trabalho. É uma satisfação doar tempo, até muitas vezes é uma correria, mas vale a pena para ver a satisfação de uma pessoa, poder contribuir com alguma coisa ao invés de ficar parada em casa se queixando. A minha alegria é vir aqui e ver o pessoal feliz”, salienta Angela.

A voluntária Silvana Michelon também ajuda nesta causa. “Na verdade, vim porque sou aposentada, não tenho nada para fazer. É bom, passa o tempo, quando a gente vê já foi a tarde”, evidencia.
Joanete Sinigaglia também pontua os pontos positivos de amparar o próximo. “Fazer algo a alguém, ocupar o tempo com algo produtivo”, frisa.

Lidia di Domenico, que ajuda nas costuras, entre outras coisas, tem a mesma experiência das colegas. “Também sou aposentada, é uma ocupação, ser útil. Trocamos experiências, aprendemos, uma ensina a outra a fazer mais coisas. Tem uma colega, a Claudete, que sabe costurar bem, ela me ensina coisas que eu não sei, é uma troca de conhecimentos”, pontua.

O pároco da Paróquia Santo Antônio, padre Ricardo Fontana, acredita que o bazar é uma forma simpes, solidária e inteligente de ajudar. “Ao mesmo tempo compromete quem doa, quem trabalha como voluntário, como quem vai fazer a aquisição dos seus vestuários, calçados, cobertores ou outras necessidades para a vida pessoal. O Bazar Santo Antônio surgiu a partir de um grupo de reflexão, onde os participantes sentiram que deveriam fazer um gesto de caridade. O bazar é importante porque é um envolvimento de várias mãos que andam juntas em uma troca solidária”, destaca.

Fontana ainda diz que a comunidade deve se envolver cada vez mais com a causa. “Aquilo que às vezes está sobrando nos nossos guarda-roupas, nas nossas casas, pode estar faltando para uma pessoa que está com baixa renda, ou perdeu seu emprego e precisa de um vestuário, se aquecer durante o inverno, vestir um calçado em seus pés. É preciso fazer uma revisão do que está sobrando para nós. Parece que é pouco se desfazer, mas é sinal que às vezes está faltando para alguém. Então, a importância daquilo que está no evangelho em que Jesus disse ‘eu estava nu e vós me vestistes’. É uma obra de misericórdia”, realça.