Sorriso amarelo
Literalmente, com um sorriso amarelo de ambas as partes, foi assinado o novo contrato de atendimento aos pacientes do SUS com o Hospital Tacchini. Constrangimento? Acho que não, mas sim porque, apesar da celebração do contrato, não há motivos para comemorar.

Tanto Prefeitura, quanto Tacchini sabem que os valores estão defasados. O hospital deve receber R$ 37 milhões no próximo ano, mas terá em torno de R$ 60 milhões de custo para manter o mesmo número de atendimentos. Os valores das consultas não são reajustados desde 2010. Hoje, o município de Bento Gonçalves paga a conta sozinho do atendimento feito às 22 cidades da região.

Os prefeitos vizinhos dizem que é melhor comprar uma ambulância para trazer o paciente até Bento do que construir um posto de saúde. Está na hora dos outros municípios ajudarem a carregar este fardo, ou vão deixar estourar para depois fazê-lo?

La Fontana
A Prefeitura acertou em cheio ao promover o retorno da La Fontana para a Via del Vino. Diariamente, dezenas de pessoas passam por lá para tirar fotos e ter uma recordação daquele que, ao longo do tempo, se tornou um dos símbolos de Bento Gonçalves.

Não faltou quem falasse em desperdício de dinheiro público. Mas, cabe salientar que foram investidos menos de R$ 3 mil para o retorno da fonte. A Prefeitura utilizou o trabalho dos funcionários da Secretaria de Obras, sem ônus para os cofres públicos.

Gostaria de ver um prefeito fechar o acesso da Via del Vino aos veículos, tornando o local o principal atrativo da cidade. Sei que muitos comerciantes não concordam, mas não pensam que, em vez de terem clientes estacionando em frente a suas lojas, teríamos um movimento maior de pessoas.
Mas, além do fechamento da Marechal, seria preciso colocar atrativos permanentes no local. A Sparkling Night Run mostrou, no fim de semana, que isso é possível.

União pela saúde
Durante a solenidade de assinatura de renovação do contrato com o Tacchini, o secretário Enio de Paris foi muito feliz em seu pronunciamento, ao citar que é preciso a mobilização de todas as lideranças políticas da cidade, independente de partido, para conseguir recursos para a saúde. A manutenção dos atendimentos aos pacientes do SUS é apenas o começo de uma grande batalha que se avizinha.

Nos últimos dois meses, a prefeitura não viu a cor dos recursos estaduais e federais, garantindo o repasse ao hospital com recursos próprios. Isso deve acontecer mais vezes em 2016, pois o prenúncio é de que os repasses sejam ainda mais escassos.

Não é hora de fazer críticas vazias contra quem está correndo atrás do prejuízo, mas, sim, de apontar soluções e alternativas para que o caos na área da saúde não se instale. Se compararmos com outras cidades, Bento Gonçalves ainda está muito bem. Mas não podemos nos acomodar, para não sermos atropelados por esta situação crítica.

PDT x Rubbo e Clemente
Agora não tem mais volta. Coincidentemente, após a queixa deste colunista sobre a falta de ação da executiva do PDT, apareceu o tal documento pedindo a expulsão dos vereadores Valdecir Rubbo e Clemente Mieznikowski por infidelidade partidária. Segundo a executiva, há provas de que os dois parlamentares tentaram aliciar pedetistas a mudarem de partido junto com eles.

A expulsão é algo iminente e dificilmente haverá acordo entre as partes. Mas qual será o destino de Rubbo e Clemente? Será que os mais de quatro mil votos conquistados pela dupla irão migrar junto com eles? Quem sairá mais no prejuízo com a expulsão, os vereadores ou o PDT? Perguntas a serem respondidas após a novela da expulsão ser concluída.

Dizem por aí que os dois podem surgir em um partido novo, que chegaria com força e representatividade já para as eleições do ano que vem. É esperar para ver as cenas dos próximos capítulos, que pode ter uma versão peemedebista, com os vereadores Márcio Pilotti e Moisés Scussel Neto.