Enganação política
E não é que muita gente acreditou que a reforma política iria melhorar as eleições e dar mais transparência aos recursos repassados aos políticos? Mais uma vez nossos nobres deputados e senadores nos decepcionam e dão o chamado pulo do gato.
Desta vez, aprovaram que as próximas eleições serão as primeiras em que 100% do financiamento empresarial de campanhas será feito por meio de doações ocultas, ou seja, aquelas em que é impossível detectar o vínculo entre empresas financiadoras e políticos financiados. Resumindo, meus amigos, o dinheiro vai direto para os partidos, sendo repassado de forma limpa aos políticos, impedindo o TSE de descobrir qualquer vestígio de corrupção eleitoral.
O projeto foi para sanção da presidente Dilma Roussef, que ainda pode vetar a parte das doações ocultas, mas acho muito difícil que o faça. Mais uma vez, nós, o povo, fomos enganados com mais uma artimanha política.

Enganação política I
A proposta foi incluída no projeto no apagar das luzes, na terça-feira, 8, e vai impedir que crimes escandalosos, como os descobertos na Operação Lava-jato. A corrupção descarada, que seria evitada com a resolução editada pelo TSE no ano passado, vai poder correr solta novamente a partir do ano que vem, caso a presidente da República não tome uma ação efetiva para evitá-la.
Estamos acompanhando um descaso e uma verdadeira afronta ao que pensa o eleitor brasileiro. Não bastasse tudo o que estamos vendo acontecer, deputados e senadores parecem ignorar todas as denúncias e resolvem criar um mecanismo de proteção que evite que eles caiam novamente em atos de corrupção, como aconteceu nas eleições do ano passado.
Infelizmente, o fim da transparência nas doações impedirá o mapeamento dos interesses empresariais nos governos e no Congresso. Imaginem como serão as doações nas eleições municipais do ano que vem?

Operação Cobertura
O Ministério Público Estadual está se especializando em desbaratar quadrilhas que aplicam fraudes no Rio Grande do Sul. Depois da Operação Leite Compensado, agora a Operação Cobertura, que descobriu um esquema de irregularidades entre sete empresas que organizavam concursos públicos no estado.
No caso de Bento Gonçalves, não entendo como uma empresa que não tinha habilitação em seu CNPJ para organizar e realizar concursos públicos vence não só uma, mas duas licitações aqui no município sem que ninguém verifique estas questões durante o processo licitatório.
Lembrando que, no nosso caso, os concursos só estão sendo investigados pelo MP graças a denúncias anônimas de favorecimento a alguns candidatos. Para aqueles que estão esperando há vários meses ser chamado no concurso da prefeitura, fica a frustração e a espera por uma nova prova. Na Câmara, será pior, terão que ser exonerados.

Por um algo a mais
Na segunda-feira, 14, acompanhei a palestra do presidente da Stihl do Brasil, Cláudio Guenther, durante a reunião almoço do CIC/BG. Em suas palavras, durante várias vezes, o dirigente utilizou as palavras “algo a mais” em vários pontos de sua explanação.
Chamou-me atenção que as empresas sempre exigem um “algo a mais” do funcionário, porém, muitas vezes, não dão a contrapartida e a valorização necessária ao seu colaborador para que ele se torne realmente um líder formador de opinião dentro da empresa.
Por outro lado, que muitos colaboradores reclamam que não são valorizados em seus locais de trabalho, mas também não realizam aquele “algo a mais”, mesmo que a empresa lhe ofereça alguns benefícios.
É deste jogo de empurra que Guenther falou em sua palestra, mostrando que os dois lados precisam avançar neste processo para que se alcance algum tipo de desenvolvimento. Uma luta árdua e constante, que não pode ser abandonada por nenhum dos lados, seja patrão ou empregado.