Prolongamento da BR-448

O corte nos gastos do Governo Federal já fez uma vítima no Rio Grande do Sul e, de forma indireta, também prejudica a população de Bento Gonçalves. O prolongamento da rodovia, projeto idealizado por bento-gonçalvenses e aprovado pelo governo, não deve sair do papel nos próximos dois anos.

A péssima notícia foi dada pelo superintendente do Dnit-RS, Pedro Luzardo Gomes. As obras nos 18,7 quilômetros da estrada até Portão estavam suspensas desde dezembro e o Dnit previa retomar a licitação nos próximos dias. Com o contingenciamento dos gastos federais, o projeto levou uma nova ducha de água fria e agora não tem mais previsão para acontecer.

O novo trajeto evitaria um transtorno para os motoristas que descem a Serra Gaúcha, que é enfrentar o congestionamento da BR-116, no trecho entre São Leopoldo e Canoas. Vamos ter que continuar com este martírio por mais alguns anos.

Prende e solta

A situação está realmente muito difícil para a comunidade bento-gonçalvense, quando o assunto é segurança. Polícia Civil, Brigada Militar e o Poder Judiciário vivem o dilema do tão falado prende e solta que, infelizmente, não é um problema apenas em nossa cidade. Com um presídio sem condições de receber mais detentos (e que vai continuar ali por muitos anos ainda), os policiais estão vendo criminosos serem soltos mais rápido quanto o registro da ocorrência policial.

Um bom exemplo disso aconteceu no bairro Fenavinho. Alunas denunciaram que estavam sendo perseguidas por um homem quando estavam indo para a escola. A Brigada Militar conseguiu prendê-lo, porém, menos de 24 horas depois, ele foi visto novamente rondando a escola.

A sensação de impunidade que este tipo de situação provoca na população é realmente temerosa. Vivemos um momento delicado, onde as lideranças de nossa cidade precisam retomar a força da mobilização por um novo presídio com urgência. Ou vão esperar um dos nossos filhos ser atacado para fazer isso?

Cadê as mobilizações?

Devemos estar vivendo em um novo Brasil. Um país sem inflação, com distribuição de renda igualitária e sem problemas de corrupção. Afinal, terminou o modismo das marchas contra corruptos, camisetas oficiais da Seleção Brasileira.

Nossos políticos, principalmente os que estão em Brasília, mostram a cada sessão plenária que não estão preocupados com as ditas manifestações populares que, na verdade, perderam a credibilidade. Pois, em um momento em que todos falam em contenção de despesas e cortes no orçamento, a Câmara dos Deputados aprovou a continuidade do projeto de ampliação da estrutura dos deputados, o que inclui novos gabinetes e a construção de um shopping center, tudo com um custo inicial, pago com o nosso dinheiro, de R$ 1 bilhão.

Apesar desta decisão, não vi mobilização popular, reclamações, organização de marchas, etc… Ah, com certeza, isso não deve ser de interesse público mesmo.

Estrangeiros no RS

Tenho acompanhado muitos comentários da imprensa do centro do país reclamando que os gaúchos, principalmente os descendentes de imigrantes, estão de nariz torcido para a chegada de haitianos, nigerianos e senegaleses no Estado. Convenhamos, pessoal, tirando algumas raríssimas exceções, estes imigrantes têm sido muito bem acolhidos nas cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A preocupação maior é com a forma desordenada e sem previsão da chegada destes grupos. Não vejo críticas ao Estado do Acre, local onde estes estrangeiros chegam primeiro. Lá, o governo não quer nem saber se eles estão com fome, sede ou dinheiro no bolso. Lota vários ônibus e despacha este grupo de pessoas para o Sul do Brasil, como se eles fossem uma mercadoria.

Nem o Ministério da Justiça consegue informar ao estado quantas pessoas estão vindo para cá. A última leva foi de 300. E, ao contrário de outros locais, sempre que possível, vejo o Poder Público e muitas pessoas dispostas a ajudar estes imigrantes. Era melhor que aqueles que tanto criticam arregaçassem as mangas e fizessem algo para mudar a situação deste povo.