O vício

Assisti na segunda-feira, 18, a reportagem especial com o ex-deputado e ex-ministro Odacir Klein. Político bem sucedido, ele viveu dois dramas familiares, aliados ao vício em bebida alcoólica. Em um deles, seu filho mais novo atropelou e matou um pai de família em 1996, época em que Klein era ministro em Brasília. Alguns anos depois, um outro filho suicidou-se, jogando-se pela janela do apartamento da família. Klein falava na entrevista que se não bebesse compulsivamente, as duas tragédias teriam sido evitadas. Hoje, recuperado do problema, dá palestras e cita seu exemplo de vida para alertar as famílias sobre estas questões tão delicadas.

O ex-deputado mostra que, sim, é possível largar o vício e voltar a viver socialmente. Porém, é preciso que a pessoa realmente queira fazer isso. Enquanto ela não se propor a uma mudança, nenhum tratamento irá ajudá-la.

Inversão de valores

Vivemos uma inversão de valores para justificar os problemas escolares e o fraco desempenho dos alunos. Grade curricular desinteressante e professores desmotivados são sempre as principais desculpas. Mas e os alunos? Quem faz o interesse pela matéria é o estudante, que é quem faz a escola boa ou má. Nossos estudantes, em sua maioria, tornaram-se pessoas irresponsáveis. Isso mesmo, irresponsáveis.

Porque não há cobrança em casa pela dedicação aos estudos. Os pais continuam preferindo passar a mão na cabeça dos filhos, acreditando que a escola vai fazer o papel que eles não fazem. Esta inversão de valores, faz uma ode à futilidade e ao desinteresse. Nossos jovens perdem horas preciosas de seu tempo com a internet, celulares e jogos, coisas fúteis que tornaram-se mais interessantes para eles.

Caros pais, façam com que seus filhos dediquem apenas 10% deste tempo desperdiçado para lerem um livro ou estudarem língua portuguesa para aprender a escrever de forma correta e terem um pouco de conhecimento no futuro que os aguarda.

Democracia musical

Posso dizer a vocês que estou cansado com o incontável número de pessoas que virou senhor da verdade nas redes sociais, em especial o Facebook. Dezenas destes, inclusive alguns que devem estar lendo a coluna neste momento, dizem que não têm preconceitos, criticam quem machuca animais e assim por diante. Tudo muito bonito, aos olhos dos outros, jogando para a torcida, como se diz por aí.

Mas aí, logo em seguida, são os primeiros a postar que músicas do tipo funk, sertanejo universitário e forró são um lixo musical. Como se o velho e bom rock fosse a única coisa boa a ser ouvida. Ora, pessoal, convenhamos, temos o discernimento suficiente para entender que vivemos em um país democrático, onde cada um escuta o tipo de música que quiser.

Não é você que vai decidir se as músicas que eu escuto são boas ou ruins. Por isso, nós todos, inclusive eu, precisamos parar de achar que somos os donos da verdade na internet. Isso não nos leva a lugar algum, se é que me entendem.

Olhe-se no espelho

Amanhã, quando acordar, perca um minuto quando for ao banheiro e olhe-se no espelho. Veja quem você enxerga e se o que está vendo lhe agrada. Espero que sim.

Digo isso, porque nós, seres humanos, temos o costume de se apegar em amuletos para conquistar alguma coisa. Se não temos sucesso na vida, foi porque Deus não quis. Se algo de errado acontece no seu setor de trabalho, damos um jeito de por a culpa em alguém.

As pessoas, e não são poucas, gostam de dar desculpas para seus fracassos e dificilmente admitem seus erros. Porém, muitas outras orgulham-se daquilo que fazem, de sua trajetória de vida, de servirem de exemplo para os seus familiares e funcionários.

Por isso, caro leitor, não reclame, trabalhe. O melhor e mais gratificante amuleto que podemos ter é a água benta que sai da testa, também conhecido como suor. Faça a sua parte, corra atrás de seus sonhos e procure alcançar seus objetivos. Caso eles não aconteçam, e isso pode acontecer, pelo menos você terá a consciência tranquila de ter feito tudo para conquistá-lo.