Empreender e inovar

Na segunda-feira, 11, assisti à palestra no CIC do reitor da Universidade de Caxias do Sul, professor doutor Evaldo Antônio Kuiava. Falou sobre a importância da inovação estar aliada ao empreendedorismo. Ele exaltou que os empresários da Serra Gaúcha são empreendedores natos, mas questionou quantos deles são inovadores?

Preciso concordar com o nobre reitor quando ele aborda esta questão, pois muitos confundem o empreender com o inovar. O inovador é aquele que é capaz de reconhecer um erro de estratégia e montar uma diferente. Tem a capacidade de utilizar melhor a sua imaginação. Os inovadores precisam ter um espírito livre, a mente aberta aos novos conceitos, às novas tecnologias e às novas formas de trabalhar.

Engana-se quem pensa que inovação pode ser comprada. Ela é como o conhecimento, não se compra, é preciso estudar muito para adquiri-lo.

Menores bandidos

Em apenas uma semana, vimos, pelo menos, cinco assaltos com o uso de arma com a presença de menores. Os filósofos dos Direitos Humanos acham que estas “crianças” precisam ser ressocializadas através da pedagogia do amor. A frase é bem bonitinha, mas e a questão prática para que isso aconteça quem realiza?

Esta falácia humanística vai até o momento em que você tem alguém de sua família atacado, agredido ou roubado por um deles. Em países mais desenvolvidos que o nosso, como Estados Unidos e Alemanha, crianças que cometem crimes são presas como adultos.

Em Bento Gonçalves, não temos uma miserável casa para abrigar adolescentes infratores. Se não querem perdê-los ou prendê-los, o ideal era termos um reformatório onde o estudo (pela manhã) e o aprendizado profissional (à tarde) fossem obrigatórios. Mas quem ou qual governo seria capaz de fazer isso? Ah, esqueci, este tipo de atitude não dá votos e, por isso, não é interessante. Infelizmente, boa parte da nossa juventude está perdida.

O errado virou correto

Pense rapidamente em uma pessoa que você possa dizer que é um exemplo a ser seguido, mas que não seja de sua família. Pensou? Conseguiu achar quantos? Pois é, caro leitor, os exemplos estão cada vez mais escassos, seja na vida pessoal ou profissional.

Dentro de casa, os pais não respondem mais pela paternidade, pois os filhos podem tudo e ai de quem resolva dar uma palmada sequer neles. Na escola, professores estão a mercê dos alunos, sem poder agir de forma mais dura para cobrar o essencial dos estudantes: estudar e adquirir conhecimento. No trabalho, se um diretor chamar a atenção de um funcionário de forma mais rígida, este vai para a Justiça e representa contra a empresa, ganhando a questão, independente se as coisas que diz são realmente verdade, já que quem precisa comprovar o contrário é a empresa.

São pequenos exemplos para mostrar que fazer o errado é cada vez mais correto. Onde é que iremos para com tanta “liberdade”?

País do jeitinho

O Brasil é realmente o país do jeitinho. Isso todo mundo já sabe, não é novidade. Vejam alguns eventos, onde os organizadores marcam o início para as 2oh e começam às 21h. Uma reunião, marcada para as 16h não inicia antes das 16h30min. É uma questão cultural. Não criamos o hábito de cumprir horários, de respeitar quem é pontual e chega na hora marcada. Os atrasados são sempre privilegiados e os demais que esperem.

Estes exemplos podem explicar muitas coisas que acontecem em nosso país e mostram que é muito difícil alcançarmos um desenvolvimento realmente consciente. A permissão destes atrasos e desta falta de respeito com quem cumpre o combinado faz com que corruptos surjam aos montes, malandros passem a perna nos honestos e a situação saia do controle.

Eu, você, todas as pessoas, deveriam começar a mudar esta questão em casa, no trabalho, nos eventos que comparecem. Se cada um fizer um pouquinho, essa cultura pode ser modificada. O problema é que a maioria não quer que deixemos de ser o país do jeitinho.