Governador do Estado, Eduardo Leite, acredita que índices de internação só irão começar a baixar em abril; Governo estuda retomar a cogestão a partir da próxima semana

O governador do RS, Eduardo Leite, disse, nesta segunda-feira, 15, que os protocolos referentes à bandeira preta no modelo de Distanciamento Controlado deverão seguir até o mês de abril, conforme dados apresentados pelo Comitê de Crise.

Segundo Leite, os indicadores apontam para alta demanda de internações pela covid-19 em toda a rede hospitalar gaúcha. Conforme o governador, no mês passado, o número de internações girava, em média, 800. Hoje, essa demanda chega a 2,5 mil. “É uma pressão muito forte. Isso vai significar que o Estado entre provavelmente o mês de abril com bandeiras preta”, disse.

Apesar das perspectivas nada animadoras, o modelo de cogestão com os municípios deverá retornar a partir do dia 22 de março. No entanto, o governo estuda reformular as restrições da bandeira vermelha, para evitar possíveis aumentos no número de infectados e, consequentemente, internações hospitalares. Até o final de março, as restrições gerais das atividades no período das 20h às 5h seguem valendo. “Possivelmente, estenderemos isso aos fins de semana como forma de reduzir a circulação de pessoas”, disse Leite.

Ainda, segundo os estudos apresentados pelos órgãos de saúde, o prazo mínimo para que os resultados das restrições apresentem efeitos é de três semanas. Com isso, haveria liberação parcial das atividades econômicas a partir de segunda-feira, 22, para manter os negócios funcionando. Mas, mesmo assim, Leite adiantou que se os índices voltarem a crescer, a cogestão é suspensa novamente. “Se não houver engajamento e processo de fiscalização para garantir que medidas restritivas sejam cumpridas, a suspensão da cogestão pode ser exigida a qualquer momento. Fiscalizar não é uma opção, é uma obrigação”, salienta.

Ocupação de leitos deve seguir aumentando em março

Apesar das restrições, o aumento na ocupação de leitos de UTI e clínicos covid-19 deverá seguir durante a segunda quinzena de março. Segundo o governador, os efeitos das medidas ainda não podem ser visíveis. A expectativa é que no mês de abril, a situação comece a amenizar, de maneira gradual e lenta. Atualmente, 1,2 mil pessoas morrem por semana, em média, no Estado. No ano passado, no período mais crítico da pandemia, os números não chegavam a 500.

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini