Após um mês violento registrado em março, Bento teve em abril uma diminuição nos índices de criminalidade. Especialmente no que diz respeito a homicídios. Se no terceiro mês do ano foram 11 mortes violentas, em abril foram registrados dois casos.

Além disso, a Capital do Vinho está há quase 20 dias sem um caso de homicídio. Nenhum caso foi registrado no mês de maio: o último caso ocorreu em 23 de abril. Na avaliação das forças de segurança, uma série de fatores foram determinantes para a redução.

O que dizem as autoridades

De acordo com o secretário de segurança pública do município, José Paulo Marinho, ações integradas com as diversas forças de segurança, como a Brigada Militar, a Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Federal, entre outras, ajudaram a diminuir os índices. “A gente conseguiu minimizar o problema, mas não resolver completamente”, pontua.

Conforme o secretário, os índices, por vezes, sofrem desvios na normalidade. Na avaliação, o mês de março foi considerado atípico, com número de crimes muito acima do padrão. “No decorrer do ano, é possível que altas assim voltem a ocorrer. Estaremos atentos e trabalhando para evitar ao máximo”, destaca.

Além disso, Marinho aponta que a chegada de alunos da Brigada Militar em período final de estágio, que reforçaram o patrulhamento ostensivo ao longo do mês, também contribuíram com a queda do índice. Os alunos permaneceram em Bento até a sexta-feira, 11, data da formatura. “Estamos buscando, junto à Secretaria do Estado, para que uma parte de esse efetivo seja destinado aqui para Bento Gonçalves”, finalizou.

A visão da Brigada Militar (BM) vai ao encontro da posição da Secretaria de Segurança Pública. Conforme o capitão do 3º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPAT), Rogério Schuh dos Santos, o acréscimo dos agentes em estágio auxiliou o trabalho. “Com o reforço, eles nos proporcionaram melhor planejamento e aumento operacional de guarnições em toda a cidade”, comenta.

Além disso, Schuh destacou a troca de informações com as demais forças de segurança, como a Polícia Civil, e a atuação do serviço de inteligência da Brigada Militar. “Conseguimos realizar a prisão de diversos indivíduos, inclusive relacionado ao tráfico de drogas”, comenta.

De acordo com ele, tratou-se de um início de ano atípico, com números elevados de delitos. “Atuamos no sentido de aumentar a sensação e a percepção de segurança, e estamos trabalhando para melhorar ainda mais e evitar novos casos”, finaliza.

Polícia Civil também comenta redução

Na Polícia Civil, a visão a respeito do patrulhamento ostensivo e do acréscimo dos agentes é corroborada. Para a delegada titular da 1ª Delegacia de Polícia, Maria Isabel Zerman, a diminuição da violência está relacionada a esse fator. “Também atribuo a redução dos homicídios à presença de inúmeros policiais militares que estão em nossa cidade realizando o patrulhamento ostensivo-preventivo”, pontua.

Na visão da delegada, ainda que a função da Polícia Civil não seja a de prevenir crimes, mas, sim, a de apurar a autoria e a materialidade do delito ocorrido, ela aponta uma participação das ações na queda da criminalidade. “Acredito que as nossas ações, sobretudo as contra o tráfico de drogas, transmitem uma sensação de presença do Estado e da ordem, refletindo na diminuição dos fatos ilícitos”, aponta.

Último crime violento aconteceu há quase 20 dias

O último caso de homicídio registrado na Capital do Vinho ocorreu há quase 20 dias. Na noite de 23 de abril, Rafael Agnoletto, 22 anos, foi morto a tiros no bairro Ouro Verde. O crime ocorreu na rua Antônio Dalla Coletta, por volta das 21h.

Conforme o registro da ocorrência, Agnoletto foi morto enquanto estava dentro de um automóvel. Dois homens encapuzados se aproximaram a pé e efeturam os disparos. Após, fugiram do local. A namorada do jovem, que estava no banco do carona no momento do crime, não ficou ferida. Já a vítima morreu na hora e a Polícia Civil investiga o caso.

O outro caso de homicídio ocorrido em abril foi registrado na madrugada do dia 8, no bairro Planalto. Dienifer Martins Marques, 18 anos, foi morta a tiros em frente a uma casa noturna na rua Olinto de Freitas, por volta das 5h15min.

Um homem armado efetuou diversos disparos na direção da casa noturna. Os tiros atingiram a jovem, que chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Os disparos também atingiram um homem e uma mulher que estavam próximos ao local, mas sem gravidade. Ambos os casos foram registrados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Bento Gonçalves.

O autor do segundo crime foi identificado pela Polícia Civil. O inquérito, concluído, foi remetido à Justiça com o indiciamento do responsável.