Foi definido na sexta-feira, 31 de março, o reajuste anual de preços de medicamentos para 2017. O aumento, que já pode ser aplicado, ficou entre 1,36% e 4,76% e deve chegar logo às farmácias. Segundo o Ministério da Saúde, os consumidores terão o menor aumento médio dos últimos dez anos. Mas mesmo assim, os consumidores têm sentido no bolso o acréscimo.
O ajuste autorizado pelo Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) para 2017 é diferenciado em três grupos. No primeiro, dos medicamentos de maior concorrência, que possuem mais laboratórios produzindo ou genéricos, o aumento pode ser de até 4,76%.

O segundo grupo, com concorrência moderada (cetoconazol, fluconazol, tramadol, morfina), pode ter reajuste de até 3,06%. Já no terceiro grupo, dos medicamentos com baixa concorrência (betametasona, dexametasona, ampicilina), o aumento pode ser de, no máximo, 1,36%.

O percentual não é um índice automático de aumento de preços. Para exercer o direito ao ajuste, as fabricantes devem encaminhar as informações de vendas realizadas no segundo semestre do ano passado e dizer qual percentual de ajuste pretendem aplicar, sem ultrapassar o máximo autorizado para cada classe de remédios.

Com o novo aumento, cerca de 19 mil medicamentos terão seus preços aumentados. Em uma farmácia localizada próximo ao Centro, um dos remédios mais procurados pela população ainda não havia sofrido reajuste. O Omeprazol, que em diversas drogarias da cidade está em promoção, custa ainda na tabela antiga, R$ 15,68. Entretanto, é para atrair os clientes e não sofrer com as novas mudanças, que alguns estabelecimentos mantêm os valores entre R$ 10 e R$ 11,50.

A estratégia de descontos está presente no dia a dia das farmácias. Ao consultar valores, a reportagem recebeu garantias de que, no momento do pagamento, é possível que os consumidores deem uma pechinchada. É o exemplo de uma drogaria localizada no Botafogo, que pode baixar o valor da Sivastatina de R$ 21,50 para R$ 17,50, principalmente para que a população não sinta de forma brusca a mudança nos valores dos comprimidos.

João Brum, aposentado de 72 anos, todo mês precisa deixar reservado do salário quase R$ 200 para comprar seus remédios. Seja do coração, diabetes, hipertensão e aqueles que não costumam faltar como dor de cabeça e resfriado, estão na lista de Brum, mas ele garante estar preocupado com os próximos meses. “Não sei como vou pagar tudo que preciso, afinal, quase R$ 3 faz a diferença no montante final”, comenta.

Clementina Barbosa salienta que já fazia pesquisas de preço antes e que agora irá reforçar as buscas. “Decidi tirar um dia inteiro para ir atrás do menor preço”, observa a aposentada.

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