Entre janeiro e novembro, a elevação chegou a 5,47%; entre os itens que mais encareceram estão o ovo, óleo e frango, de acordo com levantamento do Procon-BG

No apanhado geral de preços dos três itens acompanhados mensalmente pelo Procon-BG — alimentação, gasolina e gás — , a cesta básica é que fecha o ano pesando mais no bolso dos bento-gonçalvenses.


Segundo os valores observados em nove dos maiores mercados da cidade, o preço médio para uma família de quatro pessoas fechou em R$ 683,26 em novembro, 5,47% a mais do que em janeiro, quando o valor ficou em R$ 647,78. A alta, no entanto, ainda está abaixo do que era estimado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que, ao fim do primeiro semestre, anunciava a expectativa de uma alta de 7%.

Vilões e mocinhos

Entre 11 alimentos essenciais na cesta básica, não considerando produtos de higiene pessoal, seis apresentaram aumento e cinco tiveram reduções, quando comparados os meses de janeiro e novembro de 2019.


O item que teve a maior queda no comparativo foi o pacote de massa de 500gr, com redução de 4,72%, o que representa R$0,11. Já o café em pó de 500gr, embora esteja R$0,20 mais barato, no percentual caiu 2,15%. O feijão, por sua vez, ficou 1,90% mais em conta, enquanto farinha e leite reduziram menos de 1%.


Do outro lado da balança, os maiores vilões foram o óleo de soja de 900ml, a dúzia de ovos vermelhos, e a carne de frango, que apresentaram elevações de 10,52%, 9,78% e 8,87%, respectivamente. Com aumento de R$0,73, o arroz também teve alta considerável. Açúcar e sal, sofreram variações menores, ficando na casa dos 2%.

Gasolina sobe e gás se mantém praticamente estável

Com valores praticamente inalterados desde o começo do ano, dentre os levantamentos do Procon-BG, o gás é o item que demonstrou as menores variações. Enquanto o botijão de 13 kg subiu R$0,20 no depósito, curiosamente, o preço com telentrega caiu R$0,60.


Vulnerável ao câmbio do dólar, a gasolina, que sofre o maior número de alterações ao longo do ano, fecha o ano com 3,43% de aumento em relação aos valores de janeiro. Professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e assessor de economia e estatística da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Caxias, Mósar Leandro Ness, aponta que por se tratar de produtos de preços administrados, os valores de gasolina e gás costumam variar pouco entre cidades. Por isso, surpreende a estabilidade do gás, que cresceu 7,27% em Caxias do Sul, no mesmo período.


Quanto à cesta básica, no entanto, a alta da Capital do Vinho foi superior. O que, segundo Ness, pode ser explicado pela alta renda per capita da cidade.
Apesar de destacar que de forma geral o nível de preços no Brasil está estável, por se tratar de itens básicos de consumo, as altas acabam atingindo com mais impacto as camadas mais necessitadas da sociedade. “A inflação é um imposto oculto e regressivo que atinge os mais pobres e aqueles que sofreram uma descontinuidade em sua renda, no caso os desempregados”, pontua.