Integrantes da Abadá-Capoeira conquistaram resultados expressivos nos Jogos Sul-Brasileiros

A capoeira não é um esporte tão tradicional como futebol, basquete ou vôlei, não é mesmo? Apesar disso, a modalidade está atraindo a atenção de diversos jovens nos últimos anos. Foi o caso de Luan Lucas de Barba. O desportista é lutador há mais de 20 anos e, desde 2010, está ensinando outros meninos a atuar na área. Os atletas pertencem à Associação Bento-Gonçalvense de Capoeira (Abadá-Capoeira).

Nos dias 29 e 30 de abril houve uma competição em Curitiba, no Paraná, onde diversas equipes estiveram presentes, representando os três estados sulistas do Brasil. O evento, que teve a sua 24ª edição, é uma Copa realizada anualmente. Cerca de 20 lutadores estiveram compondo o grupo do Rio Grande do Sul, sendo 12 da Serra Gaúcha. Os jogos foram divididos em categorias. Dentre os profissionais, o professor Luan de Barba, mais conhecido como Cordilheira, destacou-se dentro da sua série, conquistando o terceiro lugar. Houve outros alunos que conseguiram resultados melhores e se sagraram campeões e vice-campeões, dependendo de cada nível.

O time agora se prepara para mais um desafio fora de casa. A equipe viaja ao sudeste brasileiro. Em São Paulo, os aprendizes de Luan de Barba vão disputar, neste fim de semana, 13 e 14, as partidas em solo paulista.

O atleta concedeu entrevista para o Jornal Semanário. Na conversa, ele relata sobre a rotina de treinamentos e avalia a evolução de seus meninos chegando no ponto mais alto do pódio. “O cotidiano é bem simples. Nós temos esse centro de exercícios em Bento, que é o Espaço de Capoeira e o Estúdio CL7. Aqui a gente faz as instruções dos novatos. A grande maioria treina neste local, diariamente. Outro ponto importante é que uma vez por mês todos se apresentam aqui para um encontro do esporte, para praticarmos juntos”, relata.

O comandante explica como é praticada a capoeira e faz uma reflexão da importância de conseguir ser bem sucedido nesse tipo de competição. “Nosso esporte é dividido em categorias. Desde o nível A até o E. A categoria A é para os lutadores que estão há mais tempo na capoeira. Participei dela, conquistando a terceira colocação e também o melhor Jogo de Siriúna. No campeonato a gente faz três tipos de jogos. Na categoria C, tivemos dois competidores premiados também. Teve o campeão que foi William Longhi, de Nova Prata. O terceiro lugar foi o Patrick Marques, o Machado, aqui de Bento. Na D, o campeão foi nosso menino, o João Cassiano Carvalho, de Veranópolis. Por fim, no último grupo, a gente teve o campeão e o vice. Temos muitos outros que estão lutando bem. Isso orgulha muito”, diz.

Por fim, o professor observa o orgulho de ver seus alunos se desenvolvendo como profissionais e, principalmente, como pessoas. Para ele, a conquista é um grande fator para se tornar uma pessoa melhor no dia a dia. A disciplina, o respeito,a ordem, a concentração e a obediência fazem parte do processo de crescimento diário para o sucesso. “É um momento de muita gratidão, por tudo que a gente tem desempenhado neste tempo, principalmente porque nós sabemos que são meninos oriundos de projetos sociais. Essas ações são feitas em todos os 15 municípios que nós damos aula. Os garotos vêm dessas construções sociais e eles têm a construção de evolução como pessoa e como atleta. Tendo treinamentos, disciplina e as ações dentro do esporte até chegar em um nível alto para competir. Saber que colocamos uma sementinha lá atrás e colher hoje, é muito gratificante”, conclui.

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução