O preço do etanol nos postos de combustíveis subiu inesperadamente apenas um dia depois do anúncio do aumento da gasolina, que entrou em vigor dia 1º. Antes, o etanol podia ser encontrado em Bento Gonçalves com preços entre R$ 2,18 e R$ 2,69. Mas o litro do produto subiu, nos últimos 20 dias, para uma média de R$ 2,68 a R$ 3,16 nos postos da cidade.
O consumidor foi avisado pela Petrobras sobre o aumento do preço da gasolina, o que não ocorreu com os produtores de etanol. A justificativa dos usineiros é que a demanda por álcool subiria e, como as usinas não conseguem atender toda essa demanda, foi preciso aumentar o preço. As entidades do setor sucroenergético estão articulando em Brasília o aumento de R$ 0,40 na Cide, o imposto do combustível, sobre a gasolina. Segundo essas entidades, o governo estaria sobretaxando um combustível poluente e ainda poderia arrecadar R$ 11 bilhões. A medida, obviamente, aumentaria a procura por álcool.
Entretanto, qual a segurança do consumidor de que haverá produto suficiente e preço acessível caso isso aconteça? Se as usinas dizem que hoje não podem atender à demanda, como conseguirão na hipótese de a gasolina ficar ainda mais cara?
O setor precisa conquistar a confiança do consumidor e, para isso, é necessário transparência e garantias de que a fase de altos e baixos na produção do etanol, já velha conhecida do consumidor brasileiro, não se repetirá. Enquanto isso, seguimos pagando preços absurdos.