Ainda há quem pense que a “privataria” da telefonia, energia elétrica, etc, foi “um grande negócio”. Sim, foi um “grande negócio” para alguns, notadamente para quem comprou a “fatura” e começou a cobrar, não para quem teve que pagar a conta, o povão. Aqui, em Bento Gonçalves, estava para ser inaugurada uma central telefônica digital da antiga CRT. Como o desgovernador brito (letra minúscula, por favor, revisão) entregou a CRT (leia-se as “faturas da CRT”, porque as dívidas ficaram para nós, povo, pagarmos), a central digital foi transferida para Porto Alegre, salvo melhor juízo. A telefonia móvel, que recém começava no Brasil, também foi entregue à iniciativa privada (leia-se multinacionais associadas a apaniguados brasileiros que obtiveram empréstimos camaradas em bancos oficiais). Alguns ainda entendem que “não teríamos telefonia celular se não fosse a privataria”. Ledo engano. Obviamente teríamos. Até no Burundi ela existe, e sem os problemas que temos aqui, só que não a mais cara do mundo, como aqui. Tínhamos problemas, sim. Mas, não era por serem públicas, era por ser POLITIZADA as suas administrações. Os governantes colocavam “amigos e correligionários” nas direções e era assim, politicamente, que eram conduzidas. Tudo sob o olhar complacente, omisso, arredio (“não quero me incomodar”), covarde da população. A CEEE, por exemplo, tinha um deputado que entrava com projetos de lei dos mais estapafúrdios, todos beneficiando os funcionários. Fazia o que lhe cabia. Mas, e os demais deputados, por que aprovavam? E os governadores, por que sancionavam mais e mais vantagens a eles? O tal de “adicional de periculosidade”, que deveria ser pago aos que, realmente, exerciam funções perigosas no serviço elétrico (os que subiam em postes), acabou tendo que ser pago até para as telefonistas e mulheres do cafezinho só por um “pequeno detalhe”: a lei falava no benefício aos “eletricitários” e TODOS os que trabalhavam da CEEE foram considerados assim. E nós, por omissão, pagamos a conta. Nada de dívidas foram transferidas aos que “compraram” grande parte da CEEE. Já a telefonia é uma “gracinha”, como diria a Hebe Camargo. Uma pessoa, de 85 anos de idade, ficou com seu telefone da OI mudo no dia de Natal. Depois de várias ligações para o 103.14 e vários protocolos, ontem, dia 15 de janeiro, o telefone voltou a funcionar. Antes – há 10 dias – ela precisou pagar R$ 40,00 para um técnico dizer que não havia problemas internos. E eu tive que denunciar o caso na ANATEL e no PROCON de Bento Gonçalves. O desrespeito é total, absoluto. Agora só falta a OI cobrar o valor integral na conta mensal. Bem, mas aí, dizem, há a justiça e o pedido de “dano moral” por todos esses problemas pode ser feito. Será necessário, Senhores da OI?