Estátuas junto aos túmulos nos cemitérios de Bento Gonçalves estão cada vez mais raras pelo custo e falta de espaço

Por muitos anos foram construídos grandes túmulos e capelas que traziam a colocação das mais diversas esculturas em forma de imagens que simbolizam a saudade dos entes queridos que haviam partido. Porém, com o aumento da população e, consequentemente, o número de falecimentos, os grandes monumentos funerários estão sendo substituídos por pequenos túmulos ou por opções como a cremação. Em Bento, alguns resistem e ainda estão presentes.
A falta de espaço cada vez mais comum em todos os lugares do mundo e em Bento Gonçalves não seria diferente é talvez o principal motivo para a diminuição desta representação juntos aos túmulos.

A informação é corroborada por Ronaldo Flamia, Coordenador de Divisão de Administração e Manutenção de Cemitérios do município. “É muito difícil encontrar atualmente espaço disponível para construir nos cemitérios da nossa cidade. E é justamente, por isso que construções maiores como havia em outros tempos não são mais comuns. O que temos agora são as gavetas, alternativa que foi encontrada para manter a demanda dentro âmbito municipal”, explica.
Outros motivos podem ser considerados importantes para a diminuição desta prática. Entre elas está a estética, o gosto familiar e a parte financeira.

Fatores são confirmados por Lindomar Figueira, da funerária Cristo Rei. “É algo bem particular de cada família, não querer fazer construções maiores ou colocação de imagens no jazigo. Acredito que a parte financeira e de espaço influenciem muito”, destaca.
Porém, ainda há pessoas que buscam manter essa prática milenar nos jazigos das família, como observa Figueira. “A gente observa que ainda há pessoas que utilizam os seus espaços, os quais foram adquiridos em outros tempos para colocação destas imagens próximos ou nos próprios jazigos de seus entes”, observa.

A preservação destas esculturas em forma de imagens chama a atenção de quem visita os seus entes queridos nos cemitérios. É o caso de Alexandre Magalhães que veio visitar o túmulo de um parente de sua esposa. “No Rio de Janeiro, em grande parte dos nossos cemitérios temos outro tipo de característica, são mais as gavetas. Lá, túmulos assim são muito poucos ou históricos mesmo. Aqui, se nota vários túmulos grandes e com essas lindas imagens de anjos, mulheres como se estivessem lamentando a morte e de Cristo, todas muito bem feitas. A preservação delas também me chamou muito a atenção. Lá no Rio, as que tem estão quebradas ”, revela.

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