O momento econômico do país não é de otimismo. A inflação não para de subir, na segunda-feira chega o aumento dos combustíveis e a pressão sobre o câmbio e o preço dos alimentos é constante. Esta situação delicada está deixando empresários, prefeitos e governadores em sinal de alerta. As previsões são as piores possíveis e, até o momento, o governo federal não sinaliza com nenhuma ação confiável para o curto prazo.

Esta incógnita governamental faz com que as esperanças de crescimento da indústria no primeiro semestre do ano que vem sejam quase nulas. Houve um abandono das políticas que protegiam o setor industrial. Trabalhar apenas com a redução do IPI não é mais uma alternativa viável para um país que está sangrando, economicamente falando.

O empresariado espera há muito tempo por mudanças na política econômica e também na legislação trabalhista. As empresas estão no limite com os encargos e tributos de seus empregados, engessados em uma lei com mais de 50 anos. Não haverá aumento de empregos e reajuste salarial suficientes para suportar tanto atraso. Ou o governo federal assume sua responsabilidade e muda esta trajetória, ou teremos dois anos de muitas demissões e baixíssimo crescimento.

Ajudando as empresas, o governo também auxilia a população mais pobre. Afinal, mais empregos serão gerados e o brasileiro irá recuperar o seu poder de compra dos últimos anos. Desta forma, irá garantir um ganho social permanente. Porém, isso depende muito de uma inflação baixa. Só assim a renda é preservada, as políticas públicas de combate à pobreza são sustentáveis, e o país pode crescer de forma constante.

O custo eleitoral que estamos pagando é muito grande. Pois falta ao Banco Central explicar os motivos de ter ficado parado assistindo a inflação subir de forma ininterrupta este ano. Também é preciso que o governo federal entenda que políticas sociais são importantes e fundamentais, mas é preciso equilibrar a balança, tratando de assuntos pertinentes e imprescindíveis para manter a competitividade e o crescimento do setor industrial.
A negligência de ações pode ter consequências graves no 2015 que se aproxima. Se não for assim, oremos.