Falar desse homem incrível é, para mim, que o conheci desde a infância, amigos que fomos morando em terrenos contíguos quase no topo da Rua Humaitá, não é difícil. Um grupo de amigos formados pelo José Carlos Sperotto, Antônio Acordi, Remi Acordi, Alcides Piletti (irmão do Armando), Agenor Ambrosi, Antônio Ambrosi, Hildo Colau, alguns irmãos desses e amigos, todos de idade inferior, viveu o que se pode chamar de uma infância e adolescência feliz, responsável, onde o “um por todos e todos por um” não era apenas a máxima dos “mosqueteiros”, mas o dia-a-dia de todos. Um incentivava o outro e todos estudaram e trabalharam para “ser alguém da vida”, como diziam nossos pais. Mas, o Armando Piletti e seu irmão tiveram, sim uma educação familiar extremamente rígida.

Armando Piletti II

Na verdade todos nós tivemos educação rígida, onde a tolerância dos pais aos menores erros ou traquinagens cometidas eram severamente punidas. Mas, o Armando era muito cobrado. Seus pais exigiram dele trabalho árduo desde muito cedo, nas lides domésticas. Foi assim comigo também. Nada disso esmoreceu ou criou traumas para o Armando. Pelo contrário, serviram como pilares para uma vida de realizações e conquistas pessoais, profissionais e familiares. Falar em saúde hoje, em Bento e região, é lembrar de Armando Piletti. Falar em “hospital de referência no Estado” é falar de Armando Piletti. Falar em Tacchini é o mesmo que falar de Armando Piletti. Gerir e administrar uma instituição que é uma das, senão a maior empregadora do município, não é para qualquer pessoa. Armando conseguiu criar um plano de saúde, Tacchimed, que serviu de exemplo a vários outros nosocômios, que permitiu ao Tacchini sobreviver aos baixos pagamentos do SUS e mantendo-o como hospital filantrópico, dedicando mais de 60% de seus atendimentos ao SUS.

Armando Piletti III

Certamente não foram todas as suas decisões e ações que agradaram a todos. Mas, Armando sempre agiu e decidiu de acordo com sua consciência, buscando o melhor senão para todos, pelo menos para a maioria, visando cada vez mais que o Tacchini chegasse ao patamar de excelência a que chegou. Com seu passamento, todos, literalmente todos perdem. Perde o Tacchini, perdem Bento Gonçalves e sua gente, perdem as grandes equipes de trabalho que o Tacchini montou, perde a região e, notadamente, perde a saúde como um todo. Armando Piletti será merecedor de todas as homenagens que lhe forem prestadas agora, post-mortem. Ninguém perguntará, quando ele tiver seu nome numa rua – e obviamente terá -, quem foi Armando Piletti porque todos sabem que ele foi. Armando Piletti foi e sempre será motivo de orgulho não só para seus familiares, mas para muita gente que teve o privilégio de tê-lo como amigo.

Bom-Dia, Hilton Roese Mancio!

Meu bom-dia especial de hoje lhe é dirigido, meu caro Hilton, porque sei bem do imenso, do gigantesco desafio que tens e terás para suceder o Armando Piletti na Superintendência do Hospital Tacchini e, por isso, necessitarás de todo o apoio não só do novo presidente do Conselho de Administração, Edson Zandona e dos conselheiros – todos voluntários não remunerados -, mas de toda a comunidade. Como bem disseste, Hilton, o Armando pode ser sucedido, mas não substituído. Tens o preparo e a experiência profissional suficiente para levar a bom termo tua missão, certamente, porém contar com o apoio de todos é imprescindível. Agora, que o Tacchini enfrenta momentos financeiros difíceis pela falta de cumprimento pelo governo do Estado dos acordos fechados, as dificuldades se multiplicam. Então, meu caro Hilton, desejo a ti, ao Conselho de Administração, à equipe médica, enfermeiros e funcionários, sucesso nessa árdua tarefa de bem gerir o nosso Hospital Tacchini. Que o Armando, agora ao lado do Criador, peça a Ele que abençoe a todos vocês e a nós, população que tanto precisa do Tacchini.