De acordo com dados do Detran, índice de aprovações em 2014 era de 45% na cidade, saltando para 77% em 2018

Quando jovem, o processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é um verdadeiro rito de independência. Há quem passe pela prova prática na primeira tentativa, sem grandes problemas com pontuação zerada ou dentro da margem de erros possível, mas também há aqueles que acabam falhando no processo. Porém, nos últimos anos, o cenário apresentou uma mudança significativa com os postulantes a motorista em Bento Gonçalves. De acordo com dados do Detran, a aprovação durante a primeira prova cresceu 32% se comparado ao que acontecia em 2014 para a categoria B,destinada a condutores de automóveis.

A mudança tem fundamentação diante do levantamento realizado pela Secretaria da Modernização Administrativa e Recursos Humanos e divulgado pelo Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-RS). Segundo dados compilados entre setembro de 2016 e agosto deste ano a aprovação na primeira tentativa em Bento Gonçalves foi de 77,5% para um total de 1700 candidatos. A média por aluno dos três Centros de Formação de Condutores (CFC) do município ficou acima dos 70%.

Em termos de Corede, os quais também fazem parte do levantamento divulgado pelo Detran, os municípios da Serra totalizaram 13.935 testes efetuados com a aprovação de 77% dos candidatos. Já nesse mesmo período, também tendo como base apenas a primeira tentativa da prova prática, o Rio Grande do Sul, em âmbito geral, teve 158.974 testes realizados, com 68.156 candidatos obtendo a aprovação, com índice de 42,9%, ou seja, a cada 10 postulantes, apenas quatro conseguem chegar ao objetivo final.

Para o diretor do CFC Puma, Janir João Foppa, a melhora e incremento no ensino dos centros de formação dos motoristas ajudaram nos resultados. “O ensino melhorou muito, tanto que temos índices altos de aprovação. Além disso, o incremento das aulas com o simulador ajudou na formação dos condutores, que aliam a realidade virtual com o que terão pela frente no real, algo que antes não se tinha. Mas é possível melhorar ainda mais esse número de aprovação”, enaltece.

Ainda segundo Foppa, fatores psicológicos seguem atrapalhando alguns condutores no momento da prova. “Os jovens, se veem em uma realidade diferente do costumeiro, com uma observação criteriosa e avaliativa, sabendo que não podem ultrapassar quatro pontos ou que um pisca errado ou mesmo esquecido pode custar a aprovação. Eles acabam ficando nervosos e alguns falham”, aponta.

Em 2014, índice de reprovação era alto

Em 2014, a reportagem do Semanário publicou que apenas 45% dos candidatos que realizavam a prova pela primeira vez obtinham a aprovação. O fato levou uma candidata a denunciar a situação para o Ministério Público (MP), que abriu um inquérito para investigar os motivos para o tamanho de reprovações dos postulantes a motoristas. Contudo, as averiguações na oportunidade não levavam em conta nenhum dos CFC do município, já que os exames eram realizados por fiscais do Detran, que não tinham relação com a aplicação da prova.