O diabetes vem aumentando em níveis preocupantes. No Brasil, a doença atinge atualmente 7,4% da população adulta do país, segundo dados de 2015 da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). A cada ano sete milhões de pessoas são diagnosticadas com diabetes e também, por ano, 3,8 milhões de mortes são atribuídas à doença. Por conta disso que existe um dia mundial destinado à prevenção da efermidade e a nutricionista Franciele Valduga garante que a alimentação é essencial para a prevenção.

Se não houver medidas preventivas, a estimativa é de um total de 380 milhões de pessoas portadoras da doença em 2025. Mas Franciele salienta que é preciso entender que existem alguns diferentes tipos de diabetes, mas em todos eles a orientação nutricional é parecida. “A diabetes tipo 1 é aquela que a pessoa descobre a doença nos primeiros anos de vida. É necessário aplicar a insulina como tratamento medicamentoso (onde a contagem de carboidratos é tratamento nutricional prioritário)”, salienta a nutricionista. Já a tipo 2, segundo ela, é desenvolvida ao longo da vida devido fatores genéticos e hábito de vida como a alimentação inadequada.

A diabetes tipo 1 e 2, segundo Franciele são as mais comuns da população, mas é preciso atenção na Gestacional e na Pré-Diabetes. “A primeira é desenvolvida durante a gestação e muitas vezes após o parto ela deixa de existir. A gestante que teve diabetes gestacional tem uma chance maior de desenvolver a diabetes tipo 2 ao longo da vida. Já a segunda atinge aquelas pessoas que estão apresentando uma resistência ao funcionamento da insulina, hormônio que coloca o açúcar no sangue para ser utilizado, mas que ainda não foram diagnosticadas com a doença”, garante.

A nutriconista lembra que a efermidade é crônica, ou seja, sem cura, mas que assim como qualquer doença crônica existe um controle. “O paciente diabético pode conviver muito bem com o problema se fizer um tratamento adequado. Hoje em dia existem muitos alimentos próprios para os diabéticos, mas ainda existem muitas dúvidas em relação à isso. É necessário tomar cuidado na alimentação do diabético, mas é muito importante o paciente agendar uma consulta com um nutricionista para receber as orientações individuais e específicas de cada caso”, observa Franciele.

Ela salienta ainda que é preciso consultar um oftalmologista pelo menos uma vez por ano, para garantir a saúde dos olhos. “Além disso ter cuidado com rins. Não exceder a ingestão proteica prescrita (carnes, leite e derivados, ovos) para não sobrecarregar o rim; realize avaliações periódicas do nível de proteínas na urina que deverão ser solicitas pelo médico regularmente”, finaliza.

Dicas de Franciele Valduga

• Restringir e\ou excluir o consumo de carboidratos simples: açúcar simples, mel, pão branco, biscoitos brancos, bolos simples, alimentos industrializados ricos em açúcares, e outros.

• Evitar misturar os carboidratos na mesma refeição. Ex: arroz, batata, mandioca, mandioquinha, macarrão, pão, batata, polenta e outros.

• Sempre prefira carboidratos em sua versão integral. Ex: pão integral, macarrão integral, bolos integrais, biscoitos integrais. A fibra presente nesse alimento ajuda a liberar o açúcar no sangue aos poucos e controlar a sobra de açúcar no sangue.

• Optar por alimentos com índice glicêmico baixo. O índice glicêmico indica a velocidade com que o carboidrato cai na corrente sanguínea e, consequentemente, eleva a glicemia, estimulando a liberação de insulina. Quanto maior essa velocidade, mais alto o índice glicêmico. Por isso carboidratos simples, como pão branco, arroz branco, açúcar refinado, bolachas devem ser evitados.

• Adequar o consumo de frutas e sempre que possível, consumir com a casca.

• Se você utiliza adoçante, não abuse das quantidades e procure as opções de origem naturais, consulte seu nutricionista para verificar qual a melhor opção. Se for gestante, o consumo de adoçante é contraindicado.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário desta quarta-feira, 16 de novembro de 2016.