Nascido e criado na Linha Alcântara, Neco Cobalchini, 69 anos, é proprietário de uma tenda colonial localizada na beira da estrada que dá acesso à comunidade. É ali que há 18 anos vende diversos tipos de produtos. “Tudo que é da colônia nós temos aqui”, afirma.

Entretanto, a maior atração do local, que tem encantado diversos visitantes da região é outra: os quatis. Cobalchini ainda lembra do dia em que a esposa viu o primeiro deles, há cerca de oito anos. “Tinha um churrasco aqui, em um sábado. Minha mulher me chamou e disse que viu um bichinho cruzando. Esperei um pouco e vi também. No dia seguinte tinham dois. Vinham todos os dias”, relembra.

Cobalchini afirma que pessoas de diversas cidades visitam os quatis

Contudo, a maior surpresa veio na metade da semana seguinte, quando o número se multiplicou. “Alguns dias depois já tinha quatro, cinco. Ficaram aí e não saíram mais. Quando eu chego aqui, eles vêm correndo”, conta. Hoje, a família de quatis cresceu. O morador estima que são mais de 40 dos pequenos e mais ainda dos grandes.

A alegria de quem dá uma passadinha pelo local só para conferir, é que os bichinhos são considerados mansos. “Só uma vez aconteceu uma situação em que um homem de Cascavel (Paraná) queria pegar no colo e levou um arranhão no braço, mas eles nunca foram agressivos. As crianças vêm aqui e brincam com eles, fazem a festa”, relata.

Quase uma década cuidando dos animais, o feirante relata que já tem sentimento por eles. “Por ajudar a cuidar, a gente se apega neles. Claro, às vezes dá raiva, tivemos que cobrir as frutas na tenda, porque senão eles comem. Mas é muito bom ver os bichinhos correndo por aqui”, defende.

Que é uma atração, Cobalchini não nega. “Claro que é”, concorda. Inclusive, os quatis já foram responsáveis pela visita de pessoas de toda região. “Já veio pessoas de Caxias, Garibaldi, Flores da Cunha, Serafina Correa, Fagundes Varela, para ver eles”, assegura.

São mais de 40 quatis no local

Entretanto, há aqueles que não tiveram sorte. Embora os quatis apareçam constantemente, há dias em que não dão sinal. “Eles ficam até dois dias sem vir, então acontece de o pessoal vir aqui e não enxergar. Um dia veio um grupo de Cotiporã, em um domingo de tarde, para ver, mas os quatis não apareceram. Não é sempre que estão aqui”, finaliza.