O Semanário deste sábado traz leitura que pode não ser a mais aprazível para um final de semana de verão. Aliás, quem está curtindo férias e o dolce far niente talvez devesse mesmo se desligar dos meios de comunicação sob o risco de em não o fazendo, cair em melancolia. Afinal, são inúmeras as notícias desalentadoras. De “petrolão” e propinas é que vêm se alimentando as editorias de revistas, rádios jornais e canais de TV. Os números assustam e são cada vez mais astronômicos.

Em Bento Gonçalves, as notícias neste sentido, de malversação de dinheiro público, parecem ter sido esgotadas – isto, pelo menos, até que o Judiciário comece a se pronunciar. Mas há outras situações mal resolvidas. Numa delas, mais especificamente e apesar das férias de algumas peças chaves, o Jornal procura elucidar a situação das atendentes de creche das escolas municipais.

Há uma promessa, uma desatenção e uma série de demissões que precisam ser melhor explicadas a fim de que se chegue a um ponto de convergência que favoreça as partes envolvidas. Parece não pairar qualquer dúvida quanto a uma questão: a má remuneração não interessa às profissionais nem aos pais de crianças que nelas confiam para cuidar de seus filhos. Tampouco prefeito e administração municipal querem o desgaste da situação. O que é preciso ser feito, ainda que um pouco mais tarde do que o recomendado, é encontrar uma fórmula legal para remediar a situação. E começa a surgir ambiente para tanto.

Pois quando se fala em gastos públicos (erário) não apenas o que se faz em Brasília deve ser do interesse do cidadão. Também no município e no estado existem gastos que se não chegam à casa do milhão, podem ser considerados como perdulários. Veja-se o edital para a renovação do enxoval na casa de veraneio do Governador em Canela. Afrontou os gaúchos e sensível à situação, Sartori cancelou a compra.

Aqui na região o Jornal Semanário foi verificar os gastos com viagens. Explicações à parte, há um nítido descompasso do que gastam uns prefeitos e outros. Não se trata de pegar no pé, mas de trazer para a realidade o que precisa ser trazido. É legal? Ok. Mas o cidadão tem o direito de saber e de entender como e por que os recursos recolhidos na forma de impostos são gastos. Dentro destes preceitos, gasta quem pode, chora quem paga e nas eleições se faz o encontro de contas.