Indubitavelmente, a semana foi de uma intensidade político-partidária-jurídico-midiática sem precedentes na história do Brasil. A Operação Lava Jato, em sua 24ª edição (?), teve como alvo o ex-presidente Lula, finalmente. Fizeram centenas de rodeios, alquimias, prestidigitações e firulas até chegarem onde queriam desde o primeiro momento: Lula. Os demais corruptos foram os legítimos bois de piranha da história toda, mesmo que tenham culpa em cartório. Políticos do PP – o que teve o maior número de investigados e indiciados -, PMDB – o segundo na ordem das falcatruas – e outros de menor importância serviram para que setores bem definidos da polícia federal, do ministério público e da justiça chegassem até Lula. Lula foi levado, coercitivamente, a depor na polícia federal ontem pela manhã. Será que agora a Operação Lava Jato vai atingir seus verdadeiros objetivos?

DPT

Desde 1999, quando escrevi a primeira vez sobre APT e DPT (Antes do PT e Depois do PT), afirmando que a política partidária brasileira sofreria radical transformação, estava claro – a quem queria ver, certamente – que estava sendo concretada no Brasil a dicotomia, o maniqueísmo no setor político. As adesões ao PT e ao ANTIPT se tornaram rotina. Os demais partidos aliaram-se de acordo com quem estivesse no poder, PT ou ANTIPT. E a Constituição auxiliou aos que queriam levar mais vantagens, mais dinheiro, na medida em que não limitou o número de partidos, antes pelo contrário, facilitando a criação do exército de siglas hoje existentes, visando o Fundo Partidário e venda de espaços na TV e Rádio. DPT, portanto, está sendo um período em que petralhas e demotucanalhas entram em confronto, levando consigo seus simpatizantes e/ou militantes espontâneos ou remunerados, os quais não têm a menor preocupação com a realidade dos fatos.

APT

O maniqueísmo instalado no Brasil DPT, criou um sentimento nunca antes visto. As pessoas, amigos, familiares e, mesmo, quem sequer se conhece, passaram a ser ferrenhos adversários, uns do PT e outros do ANTIPT. O interessante de tudo é que ambos os lados fingem que não sabem ou simplesmente ignoram as roubalheiras dos políticos pelos quais simpatizam. E até o mais imbecil, inculto ou ignorante dos brasileiros sabe, de cor e salteado, que não há nenhum partido político que não tenha no seu seio ladrões e corruptos. A diferença reside no fato de que, no momento, apenas políticos ligados ao PT, PP e PMDB (os dois últimos por adesão) estão sendo marcados, corpo-a-corpo, por pessoas das instituições legais.

O que vai acontecer?

Pelo que se constata, os simpatizantes e militantes do PT e do ANTIPT estão em confronto aberto nas redes sociais e, agora, nas ruas. Os que são adeptos do ANTIPT querem porque querem todos os petralhas mortos, de preferência esquartejados e fingem que os demotucanalhas não existem e são “gente de bem”. Já os militantes e/ou simpatizantes dos petralhas defendem até mesmo os já condenados. O grande problema é que esse fanatismo poderá levar o País a um confronto fratricida, sem previsões das consequências. E o grande, o imenso, o maior de todos os problemas é “o que acontecerá depois disso tudo” e aqui me refiro também ao muito provável impeachment de Dilma Rousseff. Quem comandará o Brasil? Os petralhas estarão fora. Os brasileiros terão coragem de colocar no poder a demotucanalhada, que já quebrou o Brasil três vezes, “doou” estatais a preço de bananas e entregou o governo com inflação de 12,54%, taxa de juros de 26% e reservas cambiais de ridículos 35 bilhões de dólares, além de toda a roubalheira em que estão envolvidos? Parece-me que não. Quem, então? O pepino é bem maior do que parece.