O Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Farroupilha e a Secretaria Municipal de Agricultura promoveram, na quarta-feira, 27 de abril, uma Demonstração Técnica em Videira, na propriedade do agricultor Claudino Contini, na Linha Jacinto. Participaram cerca de 20 produtores assistidos pela Emater na Chamada Pública da Sustentabilidade, que está no terceiro ano.

Inicialmente, a equipe da entidade fez a entrega dos Cadastros Ambientais Rurais realizados para os agricultores. Em seguida, o engenheiro agrônomo da Cooperativa São João, Paulo Tesser, falou sobre o trabalho realizado junto com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), há cerca de sete anos, sobre poda de outono ou antecipada. De acordo com ele, o melhor período para fazer a poda de outono é de 15 de abril a 15 de maio. A antecipação do serviço (que requer experiência e tem custo elevado), segundo Tesser, pode ajudar os produtores que têm dificuldade de mão-de-obra na família.

“Quanto mais cedo for feita a poda da videira (dentro do período indicado), mais tarde ela irá brotar, atrasando a maturação”, explica o engenheiro agrônomo. Entre os benefícios apontados por ele estão o alto percentual, a uniformidade e o vigor de brotação dos galhos novos. Porém, Tesser recomenda que não se faça a poda de outono todos os anos no mesmo vinhedo. O agrônomo ressalta ainda que é importante tratar a área podada (com calda bordalesa ou fungicidas específicos) para evitar a incidência de fungos. “Em termos de qualidade ou quantidade, notamos que a produção foi igual ou melhor que a da poda tradicional (tardia)”.

Outro tema abordado no evento, pelo engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Farroupilha, Marcos Cambruzzi, foi adubação da videira, que pode ser de correção (para terra não cultivada ou que tinha outra cultura), de crescimento (nitrogênio) e de manutenção. Ele destacou a importância de se fazer uma correta amostragem (coletando em 10 a 20 locais) e análise de solo desde o início, para que se possa fazer uma mais coerente determinação da adubação. Segundo Cambruzzi, uma das preocupações é com a adubação excessiva, mais difícil de corrigir do que a deficiência de nutrientes. “O produtor tem a ideia de que se adubar mais vai colher mais. Às vezes melhora a quantidade, mas diminui a qualidade, por isso ele tem que saber o que quer”, explica.

Participante da Chamada Pública da Sustentabilidade, o agricultor Claudino Contini, que cultiva 11 ha de frutíferas (pêssego, kiwi, caqui e uva) no município, considera que as ações realizadas pela Extensão Rural e Social com o grupo são muito importantes. “Foram feitas diversas palestras na fruticultura, sobre adubação, condução, mosca-das-frutas, doenças e sobre tratamentos, que ajudam em muitas coisas na agricultura. Estava fazendo falta isso, é um incentivo para a nossa produção e ajuda a abrir caminhos para outras culturas também. Temos um grupo muito interessante que sempre se reúne, é um intercâmbio, uma troca de experiências muita boa”, conclui o produtor.