Pelo sexto mês consecutivo e oitavo ao longo d0 ano, os servidores estaduais receberam seus salários parcelados. Na área de segurança pública não é diferente. Como forma de protesto, diversos setores no Estado estão se articulando para uma paralisação de 15 horas, a ser realizada na próxima quinta-feira, 4 de agosto. Em Bento Gonçalves, no entanto, a adesão por parte das diversas forças de segurança da cidade segue indefinida.

A nível estadual, há a expectativa que os servidores passem a aderir a paralisação ao longo do dia. De acordo com o presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Aparício Santellano, houve consenso entre o bloco de segurança pública, que compreende as Polícias Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e o Instituto Geral de Perícias (IGP), que o protesto deveria ser feito em função do arrocho nos salários dos servidores.

A convocação para aderir a paralisação, segundo ele, vem sendo feita desde a semana passada. De acordo com Santellano, a ideia é que os servidores paralisem as atividades por volta das 6h da manhã, e só retomem às 21h. “Recomendamos, inclusive, em locais de adesão, que a população nao saia de casa sem que haja a necessidade”, alertou.

Santellano criticou o governador José Ivo Sartori (PMDB) e o secretário de segurança pública do Estado, Wantuir Jacini. “Precisamos chamar a atenção e mostrar para a população, que paga nosso salário através dos impostos, o que está sendo feito com a segurança pública. O governo precisa elencar prioridades. Assim, fica parecendo que o servidor é o culpado de tudo, quando faz uma paralisação”, desabafou o presidente da Associação.

Indefinição sobre paralisação em Bento

Em Bento Gonçalves, ainda não há definição sobre a paralisação. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, major Sandro Gonçalves da Silva, não há nada previsto. Segundo ele, a paralisação não afeta em nada, pois já trabalham para atender apenas emergências e urgências. De acordo com o major, o parcelamento afeta questões particulares, mas não interfere no trabalho. “O governo deveria encontrar outra solução para não repercutir no servidor”, comenta.

Já a delegada Maria Isabel Zerman, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, afirmou que só haverá definição quanto a adesão na quinta-feira. O mesmo foi dito pelo administrador do Presídio Estadual de Bento Gonçalves (PEBG), Evandro Antônio Simionato, da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).

O delegado da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Arthur Hermes Reguse, preferiu não se manifestar. Até o fechamento desta edição, o comdantante do 3º BPAT, tenente-coronel Glauco Alexandre Braga, não havia respondido a reportagem.