A Associação Ativista Ecológica (AAECO) de Bento Gonçalves corre o risco de fechar as portas devido ao corte de custos com funcionários do Poder Público de Bento Gonçalves. O secretário-geral da entidade, Gilnei Rigotto, encerrou as atividades da ONG temporariaramente nessa semana, em função dos serviços acumulados com a demissão de um estagiário cedido pela Prefeitura. 

Como argumento para a demissão, a Prefeitura alega que o contrato de cedência de um servidor para a AAECO encerrou no dia 31 de dezembro de 2016, e que o momento requer corte de custos, portanto, o documento que prevê a cedência não deve ser renovado. 

Rigotto argumenta que é impossível receber os descartes de lixo eletrônico e, ao mesmo tempo, levá-los para sala ao lado, onde fica o depósito. “O  outro estagiário está em São Paulo e sozinho não tenho como ficar”, expõe. 

Na manhã de quinta-feira,  dia 26, enquanto a reportagem do Semanário conversava com Rigotto, pelo menos quatro pessoas foram à ONG descartar resíduos. O secretário geral também diz que as telefonistas da Secretaria do Meio Ambiente (SMMAM) costumam indicar a ONG como ponto de coleta de resíduos eletrônicos, apesar de o órgão municipal possuir um local para a destinação deste tipo específico de lixo. 

Ele promete retomar as atividades na segunda-feira, dia  30, quando pretende gravar depoimentos com as pessoas que vão até a entidade, expondo a situação. “Eu prefiro fechar do que dizer ‘não’ para quem vem aqui descartar. Estou desanimado”, lamenta. 

De acordo com a titular da pasta do Meio Ambiente, Bárbara Zanatta,  a decisão tem respaldo jurídico e a ordem  estrita para os gestores públicos é de cortar custos. “Nós estamos em período de contenção de gastos”, observa. 

Embora o suporte da Prefeitura tenha sido cortado, Bárbara diz que espera que a ONG continue em atividade, visto que realiza um trabalho importante para a comunidade bento-gonçalvense. “Neste momento não temos como ceder um funcionário para ele (Rigotto), em virtude do cenário econômico”, argumenta. A secretária diz “não entender” como a saída de um servidor pode desestabilizar a AAECO e que a Prefeitura não tem obrigação de manter a entidade. 

O contrato de convênio de cedência de servidores estabelecido entre a Prefeitura e a AAECO prevê que “o presente convênio vigorará de 1º de janeiro de 2016 até 31 de dezembro de 20116”.  Além disso, a SMMAM informa que o descarte de resíduos eletrônicos pode ser realizado no departamento de resíduos da entidade, localizado na Av. Osvaldo Aranha, 1075. No caso das indústrias, o depósito deve ser agendado pelo telefone (54) 3055-7217.

 

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