Clacir Rasador

CNH! Nossa! Já faz muito tempo que contava os dias para chegar aos 18 anos de idade e conseguir o “passaporte” para a idade adulta, a tão esperada, carteira de motorista, a liberdade sobre rodas…emprestadas à custa de muito sabão, água e pretinho nos pneus aos sábados à tarde.

Hoje, me parece que as coisas mudaram um pouco, pois não tenho visto tanto ânimo e voracidade em conquistar essa autonomia pelos jovens recém-chegados à maioridade, especialmente pelos guris.

Importante mais que a maioridade é, sem dúvida, a maturidade para tanto e nisso, embora não seja uma lógica perfeita e absoluta, quanto maior o tempo, espera-se maior responsabilidade.

Aliás, seja dos motoristas mais novatos aos mais experientes, quem já não ouviu este tipo de comentário relacionado ao trânsito: é preciso se cuidar e cuidar-se mais ainda dos outros.

Parece o óbvio, e é, cuidar e cuidar-se é o melhor “para-choque” do motorista.

A propósito, no último dia 25 de setembro, comemoramos o Dia Nacional do Trânsito… comemoramos? Uma data para conscientizar motoristas e pedestres sobre os cuidados para com o trânsito.

Trânsito é um tema que sempre provoca muito debate, de certa forma concorre com o futebol, pois dentre os “técnicos” de plantão, cada um resolve o problema a sua maneira, como se houvesse a mesma solução pronta para todas as realidades. Contudo, quando se trata de prioridade, a segurança de nossas crianças se dá em mão única, é unânime. Há um passo do mês de outubro, mês da criança, o que dizer então do cuidado em relação às nossas crianças nesse ambiente nada ameno e adulto que é o trânsito.

De acordo com o site Doutor multas, a ONG Criança Segura, a partir de dados extraídos do Ministério da Saúde, dolorosamente afirma que o trânsito é a principal causa de morte acidental entre crianças de zero a 14 anos no Brasil.
Os números impressionam, e sim, causa estranheza, será mesmo? Mas experimente observar no seu dia a dia quantos motoristas dirigem com crianças no banco da frente sem a devida idade para tanto. A criança que segue no colo, gera uma falsa ideia de segurança, um ledo e grande engano que se contrapõe a dura realidade, quando a vida, tolhida de forma abrupta, gera tristeza e dor a somar-se na frieza das estatísticas.

De fato, em especial para as crianças na mais tenra idade – e por que não dizer, para o adulto, feliz de quem ainda a tem presente – o melhor lugar do mundo é o colo da mãe, envolto no seu abraço, mas não dentro de um carro em movimento.

Não bastasse isso, observe, quantas pessoas andam pelas calçadas com crianças pequenas “soltas”, a qual, ao contrário, requer uma atenção concentrada, logo, não pode em hipótese alguma concorrer com o celular, mas concorre e muitas vezes…perde a criança. Quanto à legislação, em linhas gerais, não há multa, punição que substitua a prevenção ao evitar o peso do remorso em caso de tragédia de quem amamos incondicionalmente.

Aliás, particularmente e dentro do bom senso quanto ao seu uso, tenho me utilizado da buzina para fins de alertar, prevenir eventual acidente – conforme prevê o Código Nacional de Trânsito Brasileiro – quando assim vejo crianças que deveriam estar em segurança no banco de trás ou ainda, quando me deparo com crianças pequenas “soltas” que seguem pelo lado de fora das calçadas e longe uns bons passos de quem deveria zelar pela sua integridade.
Exagero, uma invasão ao pátrio poder, intromissão…tal atitude acima pode até ser julgada dessa forma, mas omissão, nunca!

Não tenho dúvidas – pois já passei por isso com meus três filhos – de que o choro, a manha, o aconchego e sim, em especial movidos pelo sentimento maior, o AMOR, tudo isso – e é natural – são utilizados pelos pequenos para ficar pertinho do pai, da mãe, do vô, da vó, de quem eles gostam, seja no proibitivo banco da frente ou, até mesmo, no banco de trás do carro, sem cinto, ou fora da cadeirinha dependendo da idade. A tentação é grande para flexibilizar a lei, afinal, seria só um pouquinho, seria só até ali, seria só até em casa… mas pode ser a última vez e para sempre. CUIDADO!!!

Vamos em frente!
Saúde!