Conta-se uma história no Brasil que diz ter sido o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire o autor de famosa frase: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. Saint-Hilaire – sem comprovação, obviamente – cunhou tal frase depois de seus estudos. Ele veio para o Brasil, aos 37 anos, aqui permanecendo durante 6 anos de sua vida, numa dedicação total ao estudo das plantas. Foi uma das mais brilhantes (e “proféticas”) conclusões de seus estudos. Essa frase, dita há mais de século e meio, continua absolutamente atual. Certamente ela foi usada muitas vezes de forma metafórica, na tentativa de traduzir outros grandes males que assolavam e ainda assolam o Brasil, não só no tocante à famosa saúva formiga cortadeira. Agora, por exemplo, a frase pode ser empregada relacionada aos atos de banditismo ocorridos em Joinville, envolvendo pseudo-torcedores de futebol, durante o jogo entre Atlético-PR e Vasco da Gama, desta forma: “Ou o Brasil acaba com a impunidade ou a impunidade acaba com o Brasil”. Sim, é só e exclusivamente a impunidade que move esses bandidos travestidos de torcedores a agirem da forma selvagemente animalesca naquele estádio. Sabem eles – e todos os demais que frequentam estádios com notório espírito bélico – que “não vai dar nada”. Porém, a impunidade tem origem. E ela está na CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Ela tirou a autoridade de todas as autoridades. Hoje, se um policial usa o cassetete para coibir a ação desses bandidos, certamente ele será alvo de algum inquérito para “apurar suas responsabilidades” e, invariavelmente, algum “boi-corneta” da imprensa acusará a policia por “excessos”. Graças a isso, eles aproveitam e quebram, depredam, vandalizam bens públicos e privados – as “manifestações” recentes são exemplos claros – além de provocarem confrontos onde o “vale-tudo” é a tônica. No dia em que foi convocada a Assembléia Nacional Constituinte NÃO EXCLUSIVA, ou seja, os mesmos que a elaborariam continuariam deputados e senadores, o Brasil cometeu um erro histórico, terrível, praticamente irreversível. Sim, irreversível porque “eles” jamais abrirão mão dos privilégios que se auto-atribuiram quando fizeram o “monstrengo” e o apelidaram de “constituição cidadã”. Assim, há que se metaforizar isso também: “Ou o Brasil acaba com essa Constituição ou essa Constituição acaba com o Brasil”. E a presidente sugeriu uma Assembléia Nacional Constituinte EXCLUSIVA. As oposições e a “grande imprensa” a detonaram. Sabem quando teremos reformas política, partidária, tributária e “moral”? Nunca.