Foi decisivo o papel das igrejas na aglutinação dos colonos e na formação das cidades e vilas, em toda a região de ocupação italiana no estado do Rio Grande do Sul. Muitos núcleos, principalmente os italianos que acompanhavam os imigrantes, ajudavam a superar a saudade, mas também dificultaram a adaptação à nova cultura, procurando manter a ilusão de que ainda estavam na Itália através do uso da língua da terra natal e da pregação e manutenção da moral.

Muitos núcleos, no entanto, desprovidos de sacerdotes cultivavam o hábito de reunirem-se para as celebrações, rezas e outros ofícios litúrgicos sob a coordenação de leigos cristãos. Devido à distância entre as Colônias, as reuniões eram raras e preparadas com antecedência. As “festas de igreja” da época ajudaram na inclusão dos imigrantes e promover muitos namoros e casamentos, as festas são, ainda hoje, um hábito cultivado pelas comunidades do interior da região italiana. Após o terço, com frequência, fazia-se um leilão em benefício da capela.

No início da colonização, os padres eram os encarregados do Império para receber as declarações e pagamentos de suas terras. Cabia a eles instruir os fiéis da obrigação do registro dos lotes dentro do prazo estabelecido pelo governo e alertar os colonos sobre as penalidades que poderia acarretar o não cumprimento dessa obrigação. As informações eram repassadas, muitas vezes, durante as missas.

Aos padres também cabia o registro, em livro, dos nascimentos, casamentos e óbitos, até a organização do Registro Civil. De acordo com Bernardim Piemont, executavam também o papel de intermediários entre os cônsules italianos e os colonos, sendo utilizados, de certa forma, como “agentes” oficiosos da Itália.

O interior das pequenas capelas e capitéis guardam também grande parte da produção artesanal da arte sacra da região colonial. A maior expressão se concentra nos altares e nas portas ou em pequenas imagens de santos esculpidas em madeira pelas mãos de artistas anônimos. As pinturas são pouco encontradas, reveladas principalmente em frisos decorativos com motivos florais ou geométricos.

Os cemitérios também revelam a religiosidade e a criatividade dos imigrantes.

Inicialmente, os cemitérios eram divididos em setores, com locais para sepultamento de crianças batizadas e não batizadas e adultas. Suicidas, não católicos e aqueles que não contribuíam com as despesas da capela. Na medida em que iam progredindo economicamente,  as famílias passaram a ostentar seu enriquecimento através da construção de jazidos familiares, cuja arquitetura reproduzia a forma de capela.