Este certamente não faz parte do rol de assuntos que selecionei para apresentar a vocês, leitores, neste espaço que alguns anos ocupo neste renomado veículo de comunicação. Mas é impossível deixar passar em branco um tema tão triste, deprimente, decepcionante.

Estamos vivendo um tempo extremamente difícil e complicado em termos políticos e econômicos neste Brasil. Economicamente falando, os preços de todos os itens necessários para nossa sobrevivência, como alimentos, medicamentos, combustível, vestuário, entre outros, foram parar nas nuvens e aumentam diariamente, à medida em que o salário aumenta a passos de tartaruga, e uma vez ao ano.

Na política… bom, na política é lamentável falarmos, mas está impossível nos abstermos. Ao mesmo tempo em que nosso Estado está afundado em dívidas deixadas acumular por anos, o atual Governador paga pelas más gestões anteriores com a própria pele. Comete erros, sim, não o defendo, mas alguém tinha que dar um basta. E ele teve coragem de fazê-lo. Infelizmente, está sacrificando o funcionalismo, algo que sou totalmente contra, porque o trabalhador, que está lá todos os dias, realizando suas atividades, tem o direito de receber seu salário, independentemente de ser R$ 880 ou R$ 20 mil.

E não precisamos ir muito longe para enxergarmos o caos. Nosso município está com repasses federais atrasados há muito tempo, amarrado para a tomada de decisões que são de grande importância para a comunidade em razão de burocracias desnecessárias.

A nível nacional, a vontade que dá, é de sentar e chorar. Ouvir a Presidente dizer que Lula irá ajudar o Governo, em meio a pedido de prisão e tantas investigações que rondam o Ex-Presidente, é algo inconcebível.
Uma vergonha, uma vergonha nacional, uma vergonha mundial.

Milhares, milhões de pessoas foram às ruas no dia 13 de março, protestar contra a atual situação em que vivemos, pedir pela saída da Presidente, pela prisão do Ex-Presidente e, três dias depois, o que acontece? Lula é nomeado Ministro Chefe da Casa Civil, com status de primeiro Ministro, e recebe até a faixa de Presidente, de forma simbólica, das mãos da Presidente. Será que posso me dar ao direito de dizer que estão brincando conosco?
Definitivamente, minha pergunta não poderia ser outra: onde é que isto vai chegar? Hoje é quinta-feira, dia 17, e estou escrevendo este artigo para ser publicado na edição de sábado, dia 19. Não sei como as coisas vão estar, se Dilma ainda será presidente no sábado, se a nomeação do Lula, realmente sairá. Mas se a resposta para estas questões for sim, na próxima segunda, dia 21, ouve-se falar em “Greve Geral”. Será este o início de uma guerra ou de uma nova era? Será este o fim do PT? E, principalmente, se nada ocorrer, qual é o meu, o seu significado neste país? Qual é o significado de irmos para a rua, pedir pelo fim da corrupção, se nada acontece? Ou melhor, se o que acontece é justamente o contrário daquilo que queremos que aconteça? Fernando Collor não sofreu Impeachment?
Está na hora de termos um verdadeiro líder em Brasília, uma pessoa de coragem, alguém que dê um basta na palhaçada que estamos vivendo. Se ele está certo ou errado, não é este o mérito da questão. As forças estão acabando, as esperanças estão chegando ao fim… nossos filhos precisam de um lugar digno, seguro e livre de corrupção para viver. E me dói dizer, que se algo não for feito urgentemente, este não será o lugar.
Acorda, Brasil!