Quando o presidente do Legislativo foi palestrar no Centro da Indústria e Comércio – não faz muito tempo – limitou-se a fazer uma análise da importância e estrutura da Câmara, fugindo ao tema proposto e frustrando empresários presentes que, em sua maioria, assim como o povo, está descontente com a postura, desempenho e atuação dos vereadores. O presidente da Casa, após palestra, disse que cinco perguntas seriam encaminhadas para o presidente, no que ele próprio, rapidamente contradisse afirmando que responderia livremente a qualquer pergunta.

Duas falhas no protocolo: a primeira, não estabelecer exatamente o tema da palestra, o tempo de duração dela e o regime de perguntas levando-se em conta que as pessoas vão ao CIC na expectativa de ter respostas às suas dúvidas e não para, simplesmente, ouvir aquilo que um palestrante quer dizer. Há um esvaziamento no plenário do CIC, motivado pela frustração diante do que, sua direção, deveria promover uma pesquisa para saber por que isso ocorre e as opiniões convergiriam, certamente, fundamentalmente para: o tema das palestras não atraem e as falhas no protocolo. Não sei quem conduz esse processo, seja quem for tem que reavaliar.

Na posse da nova direção do CIC, levada a efeito no elegante Salão de Festas do Clube Ipiranga, mais falhas no protocolo. O abandono do vice-prefeito numa mesa vazia de 12 lugares, o discurso longo e de essência política, não discuto a validade dele e a importância, porém feito na hora errada e no lugar errado, prejudicado pelo falatório, nada respeitoso, da plateia e com os garçons trabalhando a todo vapor, o que não é adequado. E, no momento, pós jantar, adequado para cumprimentar os empossados, confraternização entre presentes, o Rock Pauleira (show de Rock numa solenidade de posse?), barulheira infernal que não deixou ninguém mais conversar. Competência de palco demonstrada no lugar errado e na hora errada.

Numa sociedade evoluída como a nossa, no seio de uma entidade que está prestes a construir uma sede própria majestosa, não cabem mais erros protocolares. Ao enfocar tal situação não quero menosprezar ou denegrir a imagem de ninguém mas apenas, simplesmente apenas, traduzir o pensamento que tenho ouvido e que anseio ver corrigido, por gostar do CIC, gostar de Bento. Não se constata essas falhas lá fora, então porque admiti-las e aceitá-las aqui?

A posse do CIC – O novo presidente

Houve um momento, não muito distante, na história do CIC, que se discutia muito a competência dos jovens empresários em assumir a entidade, porém, os “Caciques” estavam cansados de batalhas, de conflitos, a atividade comunitária também desgasta e cansa. O surgimento, na presidência do Conselho, do jovem empresário Jordano Zanesco, com estrutura mental e intelectual forte, herdada do pai Lênio, um homem que faz discurso só com os olhos tal a personalidade forte e poder de análise, forjadas no trabalho árduo, humilde, desenvolvido no timão de uma barca, nas margens do Antas, lá pelas bandas de Muçum, daí o codinome “Barqueiro”, eternizado no comando da Comabe. Mudou muitas coisas na entidade, Jordano é um balizador de opiniões e diretrizes, com exercício no CIC, no Tacchini e agora também no Esportivo. E com derivações na Expobento e Fundaparque. Leonardo Giordani esteve alinhado, como também estará alinhado o presidente empossado Laudir Picolli. Leonardo foi uma revelação e o trabalho de Picolli certamente será profícuo, pois ele se sustentará, também, no preparo intelectual, na finesse, na educação e no respeito, oriundos de sua personalidade, aliás, característica marcante nesta nova safra de jovens líderes empresariais. O sucesso de um líder se sustenta nestes pilares, estas características agregam, impõem respeito. Bem, fui para casa revigorado, o CIC vai bem, obrigado. A Expobento, sempre esteve bem e fez escola. Agora a Fundaparque prenuncia dias melhores nas mãos de Silvio Sandrin, empresário moveleiro. E o Esportivo tem diretoria tipo “exportação”. Vamos lá agora rumo à Fenavinho e sua “OCIP”. Com esta equação e o prefeito cuidando da saúde, da educação, da segurança, da qualificação e mercado de trabalho dos jovens, do futuro das crianças, do lazer e da qualidade de vida da população, teremos uma nova Bento. Obras? A mim me bastaria renovar o asfalto, não tem dinheiro para fazer outra coisa, querer o que? Ou dá para querer?

A posse do CIC – Ato de grandeza

Eu diria que foi um ato íntimo da entidade. Quando a direção empossada do CIC, os homenageados, a diretoria da Expobento, subiram ao palco, notou-se que nas mesas restavam a imprensa, ex-presidentes e autoridades, não havia representatividade empresarial, nem lideranças e autoridades estaduais, como nas posses anteriores. Mas foi um momento glorioso e ímpar na história da entidade, a renovação da liderança com o Poder Jovem assumindo responsabilidades, com notória competência, a presença maciça de ex-presidentes inclusive Emyr Farina, a apresentação da nova sede do CIC cujas obras já estão iniciando, e as homenagens acertadas com a distinção do Mérito Empresarial.

Em meio ao encantamento e alegria contagiante o CIC estava ali, “com a voz do coração”, como definiu o presidente, Laudir Picolli, resgatando toda sua história de doação humana de seus dirigentes, estabelecendo um marco zero de uma nova história, fundamentada no tradicional, porém jovializada, moderna, promissora e inovadora. “A sede mostrará grandiosidade”, disse o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul, Ivo Cansan. O presidente da Movergs, Henrique Techio, disse “vamos olhar para frente, sem retrovisor, sonhos a gente realiza com união e vontade”. Observem o que ele disse: “com união e vontade”. É um desafio a construção da nova sede em tão curto prazo pretendido, três anos. Porém, para os jovens dirigentes do CIC “compromisso assumido é compromisso cumprido” e a parceria CIC-Movergs-Sindmóveis, “a jornada épica” como a definiu o ex-presidente Leonardo Giordani será levada a efeito com sucesso. Sobre Leonardo, devo dizer que me gratificou muito ouví-lo dizer que seu preceito de vida é honrar os ensinamentos do pai, Leonel: lealdade, honestidade e respeito. Posse no CIC? Festa de Arromba, diria Erasmo Carlos. Sensacional, diria o saudoso Onorino Marini, Show de Bola, diria o Ronaldinho Gaúcho. Tri Legal, diriam os netos, para os avós, até bem pouco tempo. Não vou deixar por menos: Supimpa!

Será que eu vou ser “excomungado” por ter escrito esta coluna com “a voz do coração”?