Como presente de aniversário de oito anos, minha neta me pediu:
-Faz uma crônica pra mim, vó!
Como não atender?! Aqui vai, meu docinho!
Gabriella, teu nome significa “enviada de Deus”. Vieste a este mundo com os atributos da força física e espiritual. Nasceste aos dezoito do oito de dois mil e oito, às oito horas, embalada pelo oito, que é um número cheio de significados bons e que representa o equilíbrio do Universo. Inclusive, deitado, ele parece uma gangorra. Tudo de bom que fizeres vai impedir que o mal pese mais do que o bem.
Pequenininha, eras séria demais. Não foi fácil conquistar teu sorriso, mas quando ele desabrochou, teve o efeito de uma flor: alegrou e perfumou a vida da gente. Hoje ele é parte de ti, da alegria e energia que te caracterizam.
Por falar em energia, essa força põe à prova meus sessenta e tantos quilômetros rodados. Por tua causa voltei a andar de bicicleta. Tá certo! Por enquanto, só no pátio da FERVI, com todo o espaço para mim. Pular corda foi outra maluquice que tua vitalidade me levou a fazer. E nem foi preciso chamar o SAMU.
Delícia te ensinar a fazer “grostoli” e bolo que, por sorte, nunca ficaram iguais aos meus. Aliás, já deu para ver que não gostas de regras rígidas. Por que “grostoli” tem que ter a forma de calça virada? Por que bolo de laranja não pode ter chocolate? Por que não experimentar coisas diferentes? Só falta tu aprenderes a não espalhar farinha pela cozinha inteira… Mas, deixa pra lá! Casa de “vó” é casa de “vó”!
Acho que vais ser uma mãe perfeita, pelo carinho com que cuidas do Bê. E do Batatinha e da Baby. Olha só que barato: um BBB perfeito!
Quanto aos sonhos… Não deixes que ninguém diga que não és capaz de fazer alguma coisa que tu queiras realmente fazer. Para que entendas bem minhas palavras, vou te recontar uma historinha que um gênio chamado Einstein contou há mais de meio século. É assim:
Dois meninos patinavam num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria, e eles brincavam sem medo. De repente, o gelo quebrou e um dos garotos caiu, ficando preso no buraco que se formou. O outro, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a bater no gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
-Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um velhinho que passava pelo local, comentou:
-Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
-Pode nos dizer como?
-É simples – respondeu o velho – Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.

PARABÉNS, GABI! Vovó vai estar sempre ao teu lado.