Calma, não estou falando de roubos nem de escândalos de corrupção onde uma traiçoeira “mão invisível” estaria agindo. Quero falar das ideologias econômicas e o que isto tem a ver com você, quer seja consumidor(a), empresário(a), funcionário(a) público(a), aposentado(a) e até desempregado(a).

Começo colocando que a mão invisível que falo é a força que os mercados teriam de encontrar o equilíbrio de forma autônoma, ou seja, as economias descentralizadas, livres portanto, encontrariam naturalmente o equilíbrio sem ajustes maiores como se existisse uma “mão invisível” que ajustasse tudo na economia. O termo foi elaborado por Adam Smith, um dos maiores economistas de todos os tempos, em sua mais importante obra “A Riqueza das Nações”, de 1776, 240 anos atrás.
Bem, você sabe que as coisas atualmente não se comportam desta maneira, tão simples.

Voltemos à época. O mundo foi se sofisticando, a revolução industrial mudou o contexto econômico, novas teorias foram surgindo até que Karl Marx, em 1867 aprofundasse suas ideias comunistas no livro “O Capital”. Nele, Marx contrapôs toda a visão do livre mercado até então difundida defendendo que os mercados não conseguiriam guiar-se por si só e que o capitalismo teria que dar lugar ao comunismo porque o capital explorava o trabalho. O mundo não foi mais o mesmo até hoje. Nascia aí, digamos assim, a lei da usura onde os trabalhadores sempre seriam mal pagos porque os empresários, para terem lucros, teriam, necessariamente, que remunerar mal os funcionários. Sabe-se que isto não é verdade atualmente mas nascia aí e no seu outro livro, Manifesto Comunista, que havia sido publico ainda em 1848, a visão atual do sistema socialista.
Mesmo assim, o mundo econômico andava mal. Veio a primeira guerra mundial, em 1914 e a grande depressão de 1929, maior crise de toda a história, onde só a de 2009 chegou perto.

Surgiu Keynes, em 1933, com sua “Teoria Geral” que disse que o governo deveria intervir na economia quando esta estivesse em crise para regular as atividades econômicas e, com isto, conduzi-la novamente ao equilíbrio. Os governos adotaram imediatamente práticas de intervencionismo e nunca mais deixaram de interferir nas economias. Digo mais, nunca mais deixarão mesmo com provas inúmeras de que muitos problemas são gerados pelo excesso de intromissão dos governos.
Chegamos no hoje. E você se pergunta: o que eu tenho a ver com tudo isto?

Respondo: tudo, pois até hoje todas as economias do mundo se debatem entre estes 3 alicerces macroeconômicos 1) o livre jogo das forças de mercado ou; 2) o socialismo ou; 3) a interferência do governo nas crises. Como você, eu e todas as pessoas necessitamos consumir, tudo o que fazemos está ligado, de uma forma ou outra, a como a economia é administrada e conduzida.

As ideologias de Adam Smith, Karl Marx e John Maynard Keynes ainda hoje influenciam sua vida. Até aí tudo bem. O problema é que, quando uma dessas visões de mundo é tão forte que cega seus líderes de verem o outro lado da moeda, as coisas ficam complicadas.

Enquanto os empresários forem vistos, por aqui, como vilões quando, na verdade, sem empresários o Brasil e o mundo param, este país não vai atingir o desenvolvimento tão almejado por todos nós. Por enquanto, nesse país, a “mão invisível” é outra.
Pense nisso e sucesso.