Como não havia serrarias nas imediações do lote rural, eram contratados dois homens para serrar toda a madeira necessária à mão. O serviço consistia em derrubar o pinheiro, descascá-lo, serrá-lo em toras de quatro metros, conduzí-las ao estaleiro e, em seguida, serrar a referida tora no que fosse necessário: tábuas, barotes, etc.

Nos primórdios da colonização, a madeira para as primeiras casas era rachada ou serrada à mão, para isto utiliza-se um estaleiro e um serrote apropriado onde o que ficava embaixo da tora realizava a operação, enquanto aquele de cima tinha a função de levar de volta o serrote.

Os serradores, para desenhar onde devia passar a serra, usavam barbante espichado nos dois lados com tinta pó.
Seguravam o barbante espichado nos dois lados. Com a mão, levantavam o barbante no meio da tora e o soltavam com força para deixar o sinal.

Mesmo depois, no período da madeira industrializada, muitas vezes foi mais conveniente serrar à mão do que pagar uma serraria. Outras vezes, a dificuldade no transporte tornava mais vantajoso o corte manual.

Podemos reconhecer as tábuas serradas a domicílio, pelas larguras não uniformes com frequências superiores a meio metro e pela textura do corte.

Serramento mecênico (serraria) – Tão logo a melhora nas estradas permitiu o escoamento da produção, surgiram serrarias nas zonas coloniais ou em função destas melhoraram-se as estradas. Em alguns lugares houve serrarias movidas a vapor, mas especialmente rodas hidráulicas movimentavam as serrarias.

Com o tempo, paulatinamente, tornou-se mais vantajoso adquirir madeira beneficiada industrialmente do que processá-la à mão. De madeira foram as construções provisórias e, nas colônias antigas 85% das casas e aproximadamente 100% das edificações complementares. As casas de madeira podem ser consideradas criação dos imigrantes italianos, não sendo vistas na época, no país de sua origem.

Fonte: Assim vivem os italianos – Júlio Posenato