Aos meus leitores, acostumados com meus artigos, me perdoem não ter novidades jurídicas ou políticas, mas essa semana não poderia deixar de contar que no último domingo, reunimos toda a família para comemorarmos os 90 anos de idade de meu avô, Ângelo Pegoraro, mais conhecido pelos mais antigos e nas redondezas de Pinto Bandeira por “Angelin”.

No encontro familiar, de famílias nem tão pequenas como a minha, falou-se muito de que meu avô juntamente com minha avó Oliva de Toni Pegoraro (que não teve a mesma saúde e faleceu há 10 anos), criou 13 filhos. E destes, vieram 27 netos e 10 bisnetos.
Esses encontros sempre são bons, nos fazem recordar nossas infâncias, rever os familiares. O que incomoda é que apesar de próximos e todos residirem na mesma cidade, a loucura da rotina e dos compromissos que assumimos faz com que nos vejamos cada vez com menos frequência.

Cabe ressaltar que quando minha avó estava presente entre nós, o casal residia no interior, e íamos praticamente todos os fins de semana visita-los. Nos encontrávamos e todos os anos fazíamos uma grande festa de final de ano.

Depois disso, passado o luto, não conseguimos mais nos organizar com a mesma assiduidade. Este é outro fato que me entristece muito, pois com o passar do tempo, vamos perdendo contato, vamos nos afastando…

Tais encontros nos fazem refletir e aposto que não só a mim, mas a várias pessoas que lá estavam. Como é bom tirarmos um tempo para nós, para cada um contar como está e o que está fazendo, ver como as crianças cresceram, quem engordou ou emagreceu, como os cabelos brancos apareceram, enfim, coisas de que não nos damos por conta de que acontecem.

A família do meu pai é um grande exemplo, pois apesar de muito numerosa é uma família que costuma se visitar, um sabe dos problemas dos outros, saem para pescarias, divertem-se, conversam…

Reflito muitas vezes em como é triste estar distante da família, em como é triste não ter contato com o irmão, ou, pior ainda, estar de mal com as pessoas que nos são tão próximas. Muitas vezes irmãos ficam anos sem se falar, sem se visitar, por intrigas relacionadas a terras, a heranças e, no fim, nada sobra para ninguém, pois todos temos o mesmo destino. Porém, a ganância da vida terrena não nos faz refletir sobre isso quando precisamos.

Temos que ter a certeza que nosso trabalho não cuidará de nós quando formos idosos ou quando ficarmos doentes. São seus amigos e familiares, aqueles que muitas vezes você troca pelo trabalho, que estenderão a mão quando você mais precisar… Parabéns, meu avô Angelin. E muito obrigada pela família que temos.