“Se o município de Bento Gonçalves permaneceu por assim dizer, estacionário até o ano de 1920, assim não foi nos anos que sucederam. Os habitantes, com a vinda da estrada de ferro, exultaram, saindo logo daquele estado apático e angustioso em que estavam reduzidos, em consequência da difícil e dispendiosa exportação de seus produtos e da desilusão sofrida com o fracasso das cooperativas agrícolas, fatos estes que motivaram um êxodo extraordinário dos nossos agricultores para novos centros que formavam na região norte do nosso Estado.“

Redobraram então suas atividades, na firme convicção de que era chegado o momento em que seu trabalho seria bem recompensado. Surgiram logo as pequenas indústrias, que viviam ligadas à agricultura. As fábricas de vinho, de queijo, de produtos suínos e outros, notando-se uma verdadeira transformação na vida deste importante centro agrícola. Durante o quadriênio 1920-1924, o município, até então sempre administrado pelo Coronel Antônio Joaquim Marques de Carvalho Junior, teve o ensejo, devido ao estado próspero de seus habitantes, de melhorar consideravelmente suas rendas, concorrendo eles para que este fosse dotado de novos e imprescindíveis melhoramentos.

Com a reforma que sofreu a Constituição do Estado em 1923 e terminando em 1924 o mandato do Intendente Coronel Carvalho Junior, tornou-se indispensável a eleição de seu sucessor.

Foi quando os seguidores do Partido Republicano local, sempre disciplinados e obedientes às ordens emanadas de seu chefe supremo, propuseram ao Excelentíssimo Sr. Presidente do Estado a candidatura do ilustre correligionário o Engenheiro João Batista Pianca, eleito por unanimidade de votos em 20 de setembro de 1924, tomando posse em dezembro do mesmo ano. Tratou com o máximo interesse de melhorar a Instrução Pública (Educação), as estradas. Basta apenas ler os relatórios anuais para se fazer uma ideia da importância dos mesmos.

Se o povo de Bento Gonçalves, na próxima sucessão da Intendência, conseguir a pessoa que saiba trilhar a mesma estrada aberta pela “proficiência” do exímio Dr. João Batista Pianca, esforçando-se ao mesmo tempo para melhorar as indústrias existentes, promovendo outras, pois com seu forte núcleo de bons agricultores, com seus competentes e esforçados trabalhos, poderá estar certo que o município de Bento Gonçalves, dentro de poucos anos, será considerado um dos principais centros de nosso Estado”- Registro de Júlio Lorenzoni.

O trem facilitou a circulação de mercadorias, enriquecendo a oferta do comércio local. Na época, várias empresas de Bento Gonçalves transferiram seus estabelecimentos para as proximidades da estação ferroviária.

No inicio da década de 1950, o Município apresentava uma população de 23.440 habitantes, destes 6.380 eram urbanos e 17.060 rural e suburbana. Na economia, desta cava-se o setor agrícola, principalmente com a produção vitivinícola, além da agricultura se sobrevivência.

“Parabéns aos organizadores da Semana de Bento 123 anos de Emancipação Política – Foi uma verdadeira forma de resgatar a nossa História e valorizar os talentos do nosso Município – Aplausos a quem merece”.