Tem coisas que estão no costume das pessoas e não adianta forçar que não vão mudar.

Lembro do Dr. Lisipo Lisboa, ilustre funcionário público morador da Rua Fernando Abot, na casa dos Geisel, que ao usar o telefone de meu pai, o número 190, tirava o chapéu coco para dar bom dia para quem ele telefonava.

O Comandante Faé, piloto de avião, me contou que a família deu um I-Pad de presente para a nona assistir filmes e ler jornais e revistas. Foi a caro custo que ela aprendeu a modernidade mas a nona não perdeu o hábito de molhar o dedo para passar as páginas na telinha.

Um velho ditado gaúcho conta que cachorro ovelheiro que mata as ovelhas só matando pois nunca vai perder o hábito.

Interessante que isto também acontece com políticos habituados a por a mão no dinheiro público. Não sei se é a facilidade, a impunidade, a ganância ou a soma de tudo isto mas eles não se saciam. O pior é que continuam lá fazendo besteira.

Nós, o povo, como rebanhos de ovelhas, ficamos aguardando que apareça um salvador. É muito “méééé..” pra cá e correria pra lá. Nos sentimos livres, sem pastores e ao mesmo tempo abandonados. Há quem diga que é a tal da democracia.

Conversei com um rapaz com seus trinta anos de idade e ele metia a ripa na tal da ditadura militar dos anos sessenta afirmando que o regime tinha oprimido o povo, tratado mal as pessoas, criado o terror e todas as desgraças possíveis.

Interessante que ele nem tinha nascido quando “tudo isto aconteceu”. Pobre ovelha! Ou será que o moço é um candidato a cachorro ovelheiro?!

Sabe moço: vivi aquela época e o rebanho tinha pastores habituados a cuidar de ovelhas. O pau comia sim, mas era nos que perturbavam a ordem. Hoje impera a desordem e tende a piorar.

A falta de segurança está em Bento Gonçalves. É roubo, sequestro, assalto, assassinato e tudo o mais que faz com que o cidadão fique prisioneiro de sua própria residência. Isto já foi diferente. Quem deixou chegar a este ponto foram as “ovelhas”, enganadas pelos lobos e cachorros ovelheiros. Faltam os velhos bons hábitos.