O que aconteceu com uma das marcas registradas que mais levaram o nome de Bento Gonçalves ao mundo? A Fenavinho surgiu há quase meio século e se tornou grande e, possivelmente, maior do que seus idealizadores pudessem supor.

Pois o Semanário está antecipando nesta edição algumas das conclusões a que se chegou após uma série de oito reuniões com inúmeras pessoas ligadas à Festa. É preciso ter a Fenavinho de volta. O modelo em que a municipalidade ficava de fora, com a criação da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) está descartado. Da última edição restaram dívidas e experiências que não podem se repetir. Aliás, não é a primeira vez que os termos Fenavinho/dívidas se colam, denegrindo o evento e trazendo de arrasto uma má reputação à cidade. Será preciso resgatar pendências e isto é importante para os credores, mas um detalhe no contexto global. Então, encontrar os pilares que sustentarão a Fenavinho no próximo meio século é a tarefa da hora.

Enquanto se lamenta os erros cometidos, há uma vantagem neles: olhar para trás e buscar não repeti-los.
Hoje se sabe de modelos de festa que vêm dando certo e estão próximos. Não se trata de imitar, mas de buscar as origens da festa que deu certo. A cultura, o folclore, a proximidade com o povo. Colocar uma meta de público a ser atingido e de atrações capazes de seduzir este povo. Parece mais fácil falar do que fazer. Mas, convenhamos, já foi feito e deu certo. Outros fazem e funciona. Seremos tão incapazes? A resposta é um rotundo não.

Novos tempos pressupõem novas atitudes e uma postura adequada às necessidades de cada época. Bento Gonçalves e o turismo como negócio não são os mesmos de 1967. Mas existem marcas que merecem ser resgatadas e encontram seu maior valor exatamente na tradição. Este é o bem maior e intangível da Fenavinho. Trazê-la de volta é uma questão de ordem que não pode ser menosprezada.