A colonização do Rio Grande do Sul começou no século XVIII em meio a disputas entre Portugal e Espanha. Por mais de 200 anos a pecuária foi a principal atividade econômica.
Até o início do século XVII, os que hoje são os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul não foram colonizados pelos governos metropolitanos. A única atividade econômica, além da produção de subsistência, era a criação de gado.
Num período ainda mais curto, entre 1628 e 1631, no Brasil, 50 mil índios foram vendidos como escravos em leilões públicos. Os massacres foram absurdamente cruéis principalmente depois que a Espanha concordou em entregar efetivamente a região das Missões em troca da Colônia do Sacramento. Hoje o Uruguai.
Em consequência da desorganização das Missões, parte dos rebanhos criados pelos índios e pelos jesuítas tornou-se selvagem, reproduzindo-se naturalmente nos pampas. Os campos não eram cercados, o que só ocorreu em larga escala na segunda metade do século XIX e no início do século XX. Xucros, os animais multiplicaram-se.
Os rebanhos das missões e o gado Xucro eram efetivamente numerosos, principalmente considerando a população e as necessidades da época em termos de carne, couro e sebo.
Por décadas, os índios integrados às missões produziam erva-mate, sua principal fonte de renda. O produto era exportado para Buenos Aires.
Por décadas o gado Xucro das missões foi caçado por bando de espanhóis, portugueses e mestiços, inicialmente com a finalidade de retirar o couro e os chifres.
A ocupação do que é hoje o Rio Grande do Sul começou, portanto, mais tarde do que a de outros estados brasileiros e ocorreu lentamente. No primeiro século o RS tinha pouco significado e econômico para Portugal. A extração de pau-brasil e a produção de cana-de-açúcar e, posteriormente, de exploração de ouro aumentaram a importância do Brasil Colônia, mas não das terras do sul. Estas, até o início do século XVIII, eram desprezadas pela Coroa Portuguesa.
Foi precisamente o ouro de Minas Gerais que provocou a valorização por parte do governo português das terras do Rio Grande do Sul. A produção do minério, e mais tarde de diamantes e outras pedras preciosas, exigia um abastecimento contínuo não só de carne, mas também de animais para transporte e montaria, além de couro, chifres, vestimentas e utensílios.
Os rebanhos bovinos, muares e equinos das missões e os xucros existentes nos campos do sul tornaram-se, assim, valiosos. Porém, o grande marco foi a importância geopolítica. O Tratado de Tordesilhas foi o MARCO HISTÓRICO E DIPLOMÁTICO DO POVOAMENTO DO RIO GRANDE DO SUL.