É dura a realidade de nascer mulher na maior parte do globo. No Oriente, além da submissão feminina, há também uma série de direitos negados a esse gênero. Luta pelo direito de escolha, de voto, de poder dirigir e estudar estão entre algumas das grandes batalhas. No Ocidente, onde os direitos parecem ser mais igualitários, ainda não são e temas como abuso, feminicídio e desigualdade seguem em pauta.
Em 2015, o ENEM promoveu a redação aos candidatos a respeito do tema “A violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Não foi por nada. Não por acaso, o Brasil coleciona, vergonhosamente, a sétima posição no ranking de maior número de assassinatos e tentativas a mulheres – feminicídio. No período da última década, em nosso país, mais de 40 mil mulheres foram mortas. Somente em 2022, 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no Brasil. Eu disse por minuto. Só no ano passado, nosso estado registrou mais de 100 atos consumados e mais de 200 tentativas.

Desde 2006, com a promulgação da Lei Maria da Penha, o objetivo era fazer com que os casos diminuíssem e as vítimas fossem amparadas – triste engano. A ineficácia da fiscalização e da proteção não coibiu o feminicídio e a violência doméstica como deveria.

Com a pandemia, em casa, a mulher volta a viver o pesadelo de “dormir com o inimigo”, já que a maioria dos casos se dá pelo cônjuge que passou a ficar nesse ambiente ao longo do dia.

Uma sociedade que trata a mulher de forma inferior e submissa nos tempos atuais, certamente não conseguirá se desenvolver em outros aspectos. Neste mês, ocorre o Agosto Lilás, uma campanha a fim de inibir os casos de violência contra a mulher no Brasil. Mais uma tentativa de barrar a prática violenta e abusiva.

Falando em ENEM, a quinta competência consiste em apresentar proposta de intervenção viável a fim de solucionar o problema de ordem social.

Logo, famílias e escolas podem e devem resolver este problema com educação e conscientização quanto ao tratamento e cuidado das mulheres na sociedade, além do governo, claro, que diante de seus Ministérios e Secretarias pode encontrar meios de apoio, conscientização e acompanhamento às vítimas. Ainda assim, é essencial reforçar o disque-denúncia através do 180. Porque se nem todo mundo é mulher, certamente todos convivem e foram gerados / criados por uma.

Com músicas, séries ou escritos que denunciam uma sociedade machista e patriarcal, as mulheres seguem em frente, buscando cada vez mais espaço e respeito em um meio nada igualitário.
Iniciar esse processo por meio da educação das novas gerações pode levar algum tempo, mas certamente o exemplo que damos às crianças é a melhor forma de evitarmos mais casos de violência futuros e nos desenvolvermos enquanto sociedade. Ao nascermos mulher, seja em qualquer país, sabemos que a corrida tem mais obstáculos. Infelizmente.