Você já se sentiu tão sozinho a ponto de chegar em casa, abrir uma cerveja e ficar por horas no celular?
Cheio de cansaço e frustração, mesmo com coisas que poderia fazer, você procrastina. Às vezes até dá uma limpada na casa, mas só onde o ‘padre passa’. Põe uma música, abre um vinho barato e arruma oo menos a bagunça que deixou pela manhã, quando acordou, de novo, atrasado. O sono da manhã é tão bom, mas infelizmente proletariado com gostos peculiares não sobrevive. Acende uma vela sem cheiro no banheiro limpo, fantasiando uma banheira quentinha, uma taça de Bordeaux e uns cosméticos caros. Ah, aquela garota…


Quando chega na sala, complica – precisamos normalizar limpar só a metade da casa. Fuma um cigarro e começa a olhar o celular novamente, como se estivesse há horas offline. Responde somente o necessário e fixa nas atualizações. Fuma. Põe a roupa pra lavar, lava a louça e posta uma foto. Você só quer interagir. Fuma. Termina esses últimos cômodos pra dar um tempo da galera reagir. Você quer se sentir numa roda de amigos. Quer conversar. Quer dar risada. Se sentir amada.

E você já se sentiu tão sozinho a ponto de não querer socializar? Chegar no elevador, e resolver encarar quatro lances de escada, só para não correr o risco de ver alguém?


É o oposto, saca! Como se você tivesse lutado tanto e agora está levantando a bandeira branca. GAME OVER. É estar cansado de se sentir sozinho, mas exausto de tentar mudar isso. Você não está mais presente nas redes sociais, você não se sente atraído pelo feed, não pensa em nenhuma pose que te valorize para postar uma foto. É uma sensação de infinita paz e reconexão. Não sente ansiedade, nem dor, nem nada. Parece uma drágea de sertralina, sorrindo maliciosa. É como estar numa cena em slow motion dentro de uma piscina de geleca. Sei lá. Algo assim.


É quando a alma se acomoda no corpo, suave e macia, como se fossem feitos um para o outro, o encaixe perfeito.

Igual a ferida do centauro, a vulnerabilidade é o que nos faz humanos. Essa ferida incurável que todo mundo carrega é o que nos aproxima, é uma conexão entre as pessoas.

“A fraqueza tem poder. É explorando a escuridão que descobrimos o poder infinito da luz”.

Qual é o veneno entranhado em você por uma flecha? Qual é a sua dor? Aquela que não te mata, mas também não se cura?